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Oposição volta às ruas de Caracas e Maduro promete reação mais forte

Manifestantes querem expulsão de agentes cubanos que atuam nos setores de segurança, cartórios e Forças Armadas do país

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

CARACAS - A oposição venezuelana lidera na manhã deste domingo, 16, uma marcha em Caracas a favor da expulsão de agentes cubanos que atuam nos setores de segurança, cartórios e Forças Armadas do país. O movimento sairá às 10h (12h30 no horário de Brasília) da Plaza El Índio, em Altamira, até Chuo, em Chacao. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adiantou ontem que a reação aos protestos da oposição será mais forte, sobretudo contra estudantes que organizam barricadas nas ruas da capital.

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"Peço apoio para ações necessárias no campo policial que vou tomar nas próximas horas para acabar de liberar os lugares sequestrados pelos garimberos (organizadores de barricadas) e contra os violentos em alguns pontos do país", afirmou, ao final de uma marcha de aliados ao governo em apoio às Forças Armadas. Maduro atribui à oposição os atos de violências registrados no país desde o início de fevereiro, que resultaram na morte de 28 pessoas, ferimentos em outras 359 e a prisão de 1.499.

A marcha da oposição será conduzida pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, pela deputada federal María Corina Machado e pelo vereador Freddy Guevara. Os protestos anteriores tiveram como tema problemas enfrentados no dia a dia pelos venezuelanos, como a inflação e o desabastecimento de bens de consumo básicos. Desta vez, o tema é a presença de agentes civis e militares cubanos nos órgãos de segurança, de inteligência e em outros setores do país.

Da prisão, o líder oposicionista Leopoldo López, do partido Vontade Popular, apoiou a continuidade dos protestos, apesar dos riscos de reação violenta do governo, e culpou Maduro pelas 28 mortes. López concedeu entrevista por escrito ao jornal venezuelano El Universal. "Nada justifica os mortos, feridos, torturados e presos. Dói em mim o sacrifício do nosso povo, de todos os que sofreram, os descamisados e os em uniforme. Mas não podemos nos esquecer que a principal responsabilidade é de Maduro. É o que mostram as evidências: as fotos, os vídeos e os testemunhos."

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