Opositor britânico pede eleições antecipadas

Cameron afirma que sistema político está ''paralisado'' por causa do escândalo de gastos

PUBLICIDADE

Por AP E REUTERS
Atualização:

O líder conservador David Cameron pediu ontem ao primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que convoque eleições antecipadas, sob a alegação de que o sistema político está "paralisado" por causa do escândalo de parlamentares que utilizaram fundos públicos para pagar contas pessoais. Cameron pediu aos integrantes e partidários de todos os grupos políticos que exijam a convocação de eleições gerais para depois das votações locais do dia 4. Segundo especialistas, o anúncio de Cameron foi uma boa jogada política para constranger o governo, mas dificilmente resultará na antecipação das eleições. "Essa crise foi causada pelos políticos, por isso não acredito que os políticos possam resolvê-la sozinhos - o público tem de se envolver", afirmou o conservador durante o lançamento da campanha de seu partido para as eleições europeias. "Quero o envolvimento do maior número de pessoas possível, sejam partidários dos trabalhistas, dos liberais ou de nenhum deles." O conservador afirmou que somente após a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições será possível resolver a "bagunça" causada pelas revelações feitas pelo jornal The Daily Telegraph, que publicou detalhes sobre as despesas de parlamentares desde 2004. Entre as denúncias estão as de que políticos usaram o auxílio-moradia para reformar a própria casa e pagar prestações de imóveis. A divulgação dos gastos enfureceu a população e ameaça afetar o resultado das eleições locais de junho. As denúncias prejudicaram todos os partidos, mas foi um golpe principalmente para o Partido Trabalhista, no poder desde 1997. Uma pesquisa divulgada pelo site independente LabourList.org apontou que seis de cada dez partidários dos trabalhistas acreditam que Brown deve deixar a liderança trabalhista antes das eleições de junho de 2010. Ontem, Brown pediu uma "reforma total" para tentar solucionar o problema dos gastos públicos. O presidente do Parlamento, Michael Martin, pediu desculpas ao povo pelo escândalo, mas se recusou a deixar o cargo ao bloquear um pedido de debate sobre seu futuro no Parlamento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.