MALÉ - O opositor e ex-presidente das Maldivas Mohamed Nasheed pediu ajuda dos EUA e da Índia para expulsar do poder o líder Abdullah Yameen, que decretou estado de emergência nesta terça-feira, 6, no país por um período de 15 dias.
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"O presidente Yameen decretou ilegalmente a lei marcial e se apoderou do Estado", declarou Mohamed Nasheed, que ocupou a presidência das Maldivas de novembro de 2008 a fevereiro de 2012.
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"Devemos expulsá-lo do poder. O povo das Maldivas faz um pedido legítimo aos governos do mundo, especialmente da Índia e dos EUA", afirmou o ex-presidente em um comunicado.
Nasheed quer sanções financeiras para os funcionários do governo e pediu que a Índia "envie um representante, respaldado por seu Exército, para libertar os juízes e os presos políticos".
Prisões
A polícia das Maldivas prendeu o presidente da Suprema Corte, Abdulla Saeed, e o ex-ditador Maumoon Abdul Gayoom, meio-irmão do atual presidente pouco depois de ser declarado estado de emergência.
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Gayoom, que governou com mão de ferro entre os anos de 1978 a 2008, foram detidos na noite de segunda-feira, segundo o jornal local Mihaaru. Saeed foi preso no Supremo Tribunal junto ao juiz Ali Hameed e ao administrador judicial Hassan Saeed, embora as acusações contra ele ainda não tenham sido reveladas.
A polícia confirmou em sua conta do Twitter a detenção do juiz Hameed em razão de "uma investigação ainda em curso".
O advogado de Gayoom, Maumoon Hameed, informou nas redes sociais que detiveram seu cliente e o genro dele, Mohamed Nadeem, por acusações de "propinas a membros do Parlamento, tentativa de propina e tentativa de derrubar ilegalmente o governo".
O governo das Maldivas declarou estado de emergência por 15 dias assegurando que "embora alguns direitos sejam restritos, os movimentos em geral, serviços e empresas não serão afetados".
A decisão ocorreu depois que a máxima instância judicial do país anulou, na quinta-feira, as condenações contra nove opositores e ordenou um novo julgamento e a liberdade dos presos, pois considera que eles foram condenados após investigações "motivadas politicamente" e com juízes "indevidamente influenciados". / AFP e EFE