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Opositora bielo-russa é colocada na lista de 'procurados' da Rússia

Svetlana Tikhanovskaya se refugiou na Lituânia após reivindicar vitória nas eleições de agosto

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Por Redação
Atualização:

MOSCOU - A líder opositora bielo-russa Svetlana Tikhanovskaya está na lista de "procurados" da Rússia por acusações criminais, informou o Ministério do Interior russo nesta quarta-feira, 7.

Ela pode ser presa e levada para a Bielo-Rússia se viajar para a Rússia. 

Tikhanovskaya, de 38 anos, se refugiou na Lituânia, país-membro da UE, após reivindicar a vitória nas eleições bielo-russas de agosto, e é "procurada por uma acusação criminosa", afirmou o Ministério do Interior de Moscou em resposta a um pedido da Agência France Press, confirmando relatos da imprensa.

A líder de oposição da Bielo-Rússia em discurso transmitido no Conselho de Direitos Humanos da ONU Foto: Fabrice COFFRINI / AFP

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A adversária do presidente bielo-russo Alexandre Lukashenko está nesta base de dados russa, disponível online, por uma "infração ao código penal", de acordo com sua ficha. 

A agência Ria Novosti destacou que a acusação diz respeito a processos iniciados na Bielo-Rússia por "incentivos a ações que afetam a segurança nacional", crime passível de penas de três a cinco anos de prisão.

Na medida em que a Bielo-Rússia a procura e que Moscou e Minsk estão relacionados por um tratado de união, a Rússia também a declarou como procurada.

A ficha não especifica, no entanto, desde quando ela está nessa lista.

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Tikhanovskaya fugiu da Bielo-Rússia para a Lituânia depois de receber ameaças das autoridades, dias após a eleição presidencial de 9 de agosto, que ela afirma ter ganhado.

A eleição e a reeleição de Lukashenko causaram uma onda de protestos sem precedentes no país, que não pararam até o momento.

As manifestações reúnem há dois meses todos os domingos cerca de 100 mil pessoas em Minsk, apesar da repressão que levou à prisão e ao exílio de quase todas as figuras da oposição.

A Rússia deu todo o seu apoio ao chefe de Estado bielo-russo, apesar dos apelos de Tikhanovskaya para que o país favoreça uma transição de poder e um diálogo com a oposição. 

Pedido de ajuda

Nos últimos dias, a líder foi recebida pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela chanceler alemã Angela Merkel. 

"Ajudem o povo bielo-russo, ajudem a evitar a violência e o conflito civil! Ajudem a sair desta crise com dignidade, ajudem-nos a realizar eleições livres e igualitárias!", pediu a opositora nesta quarta-feira em videoconferência com a comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional francesa.

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O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, disse que "Tikhanovskaya não está na Bielo-Rússia. Não pode mais dizer que participa na vida política bielo-russa", e destacou "que não há contrato previsto" entre ela e Vladimir Putin.

Tikhanovskaya disse à imprensa no parlamento alemão que "nós não queremos dizer que Putin deve decidir como resolver nossos problemas. É nosso problema interno. Nós apenas queremos convidá-lo para ser um mediador", afirmou. /AFP

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