A líder opositora birmanesa e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, foi levada ontem à prisão de segurança máxima de Insein quando faltavam apenas duas semanas para terminar sua pena de prisão domiciliar, onde foi mantida por seis anos. Suu Kyi, de 63 anos e com graves problemas de saúde, deveria ser solta no dia 27, mas o governo começou ontem a preparar novas acusações contra a líder da Liga Nacional pela Democracia, entre elas a de violar os termos de sua prisão domiciliar. Há uma semana, o americano John William Yettaw foi preso depois de conseguiu entrar na casa da líder opositora, passando pelo rígido esquema de segurança que mantém o local isolado. Yettaw foi capturado no lago que circunda a casa de Suu Kyi, quando tentava deixar o local a nado. O incidente deu munição para a junta militar, que agora acusa a líder opositora de violar a lei que "protege o Estado da periculosidade dos elementos subversivos". A manobra do governo ocorre em meio ao aumento de tensão política por causa das eleições de 2010. Suu Kyi venceu a eleição de 1990, mas o governo nunca reconheceu o resultado. Agora, segundo a Liga Nacional pela Democracia, os militares vão tentar mantê-la afastada da disputa eleitoral a qualquer preço. HILLARY Se condenada, a líder pró-democracia birmanesa - que passou 13 dos últimos 19 anos presa - pode pegar mais 5 anos de prisão. O julgamento está programado para começar na segunda-feira, na mesma prisão em que Suu Kyi é mantida desde ontem. O presídio de segurança máxima abriga muitos dos 2,3 mil presos políticos birmaneses. A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, pediu ontem ao governo de Mianmar que liberte Suu Kyi imediatamente, dizendo que estava preocupada com as acusações "sem fundamento".