CAIRO - Um total de 112 pessoas morreu na Síria nesta sexta-feira, 23, no dia de protestos mais sangrento desde que começaram as manifestações contra o regime de Bashar al-Assad, segundo números de ativistas da oposição.
O dado foi apresentado pelo grupo The Syrian Revolution em seu site da rede social Facebook, onde se inclui a identidade das 112 vítimas fatais. "A maioria dos nomes foi confirmada", acrescenta a mensagem.
Veja também: Gustavo Chacra: Assad teme virar prisioneiro e Reformista ou autocrata?Infográfico: A revolta que abalou o Oriente Médio Galeria de fotos: Veja imagens dos protestos na região
Durante esta sexta-feira, qualificada como a Grande Sexta-feira, houve manifestações contra o regime de Assad em vários pontos do país. Segundo ativistas de direitos humanos, muitas delas foram reprimidas a tiros pela polícia e agentes civis.
As manifestações aconteceram um dia depois que o presidente sírio assinou um decreto para pôr fim ao estado de emergência, vigente desde 1963, e para abolir o Tribunal de Segurança do Estado.
Para este sábado espera-se novos protestos durante os funerais das vítimas de sexta-feira.
Segundo ativistas da oposição, algumas áreas de Damasco amanheceram cercadas pelo exército e a polícia, enquanto na cidade central de Homs as autoridades rejeitam entregar os cadáveres a suas famílias até que estas digam à televisão que grupos de salafistas mataram seus filhos.
Os salafistas, uma corrente fundamentalista do islã sunita, e países estrangeiros não identificados foram acusados pelo regime de Damasco de estar por trás da onda de manifestações que a Síria atravessa desde meados de março.
Não houve pronunciamentos do Governo de Damasco sobre estes distúrbios.
A agência oficial Sana informou de um ataque, na noite de sexta-feira, contra um posto militar na localidade sulina de Izraa, que terminou com oito mortos e 28 feridos, tanto do grupo atacante como entre os militares, mas sem precisar quantas vítimas de cada grupo.
Também noticiou a morte de dois policiais em um ataque de desconhecidos em Damasco e na cidade central de Homs.