Opositores de Morales retornam à Bolívia

Com ex-presidente asilado no México, oposicionistas enxergam possibilidade de voltar ao país; líder indígena renunciou ao cargo em novembro e atualmente pede refúgio na Argentina

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Por Redação
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LA PAZ - Conhecidos líderes da oposição a Evo Morales começaram a retornar à Bolívia após a renúncia do ex-presidente no dia 10 de novembro. A maioria volta de asilos em países vizinhos. É o caso, por exemplo, do ex-governador liberal do departamento de Tarija, Mario Cossío, no sul do país. Ele voltou a sua região na segunda-feira, 16, vindo do Paraguai, onde estava desde 2011. "Venho exercitar minha liberdade, me encontrar novamente com meu país, com meu povo, com minha família, gozar de liberdade", afirmou Cossío.

Presidente Evo Moralesno terminal da Força Aérea da Bolívia em El Alto Foto: REUTERS/ Carlos Garcia Rawlins

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O também ex-governador Manfred Reyes Villa, de Cochabamba, planeja volta à Bolívia entre 11 e 18 de janeiro de 2020, afirmou seu porta-voz, Mauricio Muñoz. Atualmente, Reyes Villa vive nos Estados Unidos. Ex-capitão do exército, ele deixou o país em 2009 e denunciou uma série de julgamentos políticos dos quais era alvo. Em 2016, foi condenado a cinco anos de prisão por crimes como enriquecimento ilícito.

Cossío e Reyes Villa fazem parte do núcleo da oposição junto ao governador Rubén Costas, de Santa Cruz, e os ex-governadores Ernesto Suárez, do departamento de Beni, no nordeste da Bolívia, e Leopoldo Fernández, de Pando, norte do país. Suárez e Fernandéz também passaram por julgamentos conduzidos durante o governo Morales.

O líder indígena renunciou à presidência do país no último mês, em meio a forte convulsão social e reeleição após um processo eleitoral questionado e 14 anos no poder. O ex-governador Fernández recuperou sua liberdade na semana passada, enquanto Suárez ainda enfrenta julgamentos.

Segundo os opositores de Morales, durante seu governo, o ex-presidente perseguiu cerca de 1,4 mil bolivianos que se asilaram, principalmente, no Brasil. Atualmente, Morales está asilado no México e é solicitante de refúgio na Argentina. / AFP

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