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Opositores e seguidores da Irmandade Muçulmana se enfrentam no Egito

Atualização:

Milhares de manifestantes contrários à Irmandade Muçulmana entraram em choque com seguidores do grupo islâmico nesta sexta-feira perto de sua sede, no Cairo, e pelo menos 40 pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades. Policiais da tropa de choque usaram gás lacrimogêneo para dispersar os grupos que brigavam nas ruas próximas ao edifício. Os manifestantes atiravam coquetéis molotov e pedras, segundo uma testemunha. Antes, simpatizantes da Irmandade Muçulmana já haviam sido recebidos a pedradas ao chegarem de ônibus ao local, e responderam também com pedras. Um porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled al Khatib, disse à agência estatal de notícias Mena que entre os feridos está o ex-candidato presidencial liberal Khaled Ali, lesionado no ombro. A TV estatal mostrou muita fumaça na região. Um funcionário da Irmandade disse à Mena que ônibus do grupo estavam sendo queimados. A Irmandade, à qual pertence o presidente do Egito, Mohamed Mursi, havia prometido na quinta-feira defender sua sede. O Ministério do Interior pediu que "forças revolucionárias e políticas" permaneçam pacíficas e acrescentou que a tropa de choque foi mobilizada para "proteger a propriedade pública e privada". Nesta semana, houve protestos entre manifestantes anti-Irmandade e policiais em frente à sede do grupo, mas nesta sexta-feira a polícia pareceu não se envolver nos confrontos. Em Alexandria, segunda maior cidade do país, uma sede da Irmandade foi invadida e vandalizada, segundo Anis al-Qadi, porta-voz da Irmandade na cidade. Houve confrontos também em Sharquia, província natal de Mursi, no delta do Nilo, segundo a TV estatal. Embora os protestos no Egito tenham diminuído desde o fim de 2012, quando milhares saíram às ruas após Mursi se autoatribuir amplos poderes, o Egito ainda está profundamente dividido entre os políticos islâmicos, incluindo a Irmandade, e os grupos de oposição. As turbulências prejudicam os esforços de Mursi, eleito em junho, para atrair investimentos e turistas, a fim de reavivar a crise econômica e reverter a queda da moeda local. (Reportagem de Sylvia Westall)

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