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Opositores rebelam-se contra Chávez

Governadores e prefeitos da oposição declaram-se ''em emergência e em rebeldia'' por medidas centralizadoras

Por EFE E AFP
Atualização:

Governadores e prefeitos da oposição venezuelana declararam-se ontem "em emergência e rebeldia" contra o que definiram como "o plano de recentralização" do presidente Hugo Chávez. O anúncio foi feito numa entrevista da qual participaram o governador do Estado de Zulia, Pablo Pérez, e os prefeitos de Maracaibo, Manuel Rosales; do município de Sucre, Carlos Ocaríz; e de Caracas, Antonio Ledezma. "Esse (estado de) emergência e rebeldia implicará numa resistência ativa e protestos", disse Pérez, após anunciar que uma manifestação deve ser promovida no sábado no Estado de Táchira. "Não será uma luta por pontes ou aeroportos, mas pelo respeito à Constituição e à soberania popular, que o governo quer burlar. Não temos medo de Chávez." Desde novembro, quando opositores venceram as eleições regionais em cinco Estados e nas duas principais cidades venezuelanas (Caracas e Maracaibo), Chávez vem tomando medidas para esvaziar as atribuições dos governos locais. Uma série de decretos passou de Estados e prefeituras para o governo central o controle de escolas, hospitais e outros serviços públicos. Além disso, Chávez ordenou a tomada de portos, aeroportos e estradas regionais com base na reforma da Lei de Descentralização, aprovada pela Assembleia. Ontem, a Guarda Nacional tomou o controle de cinco aeroportos nos Estados de Táchira, Zulia e Miranda e Chávez criou corporações estatais para administrar o sistema de transporte. Na quinta-feira, o Ministério Público venezuelano pediu a prisão de Rosales, uma das principais figuras da oposição. O prefeito acusou o presidente de estar por trás do pedido e denunciou um "linchamento político". Em resposta a todas essas medidas, além de fazer protestos contra a recentralização e em apoio a Rosales, a oposição pretende recolher assinaturas para pedir um referendo sobre a reforma da Lei de Descentralização. O governador de Miranda, Henrique Capriles, também anunciou que até pode entregar os hospitais e ambulatórios reivindicados por Chávez, mas não abrirá mão de que os médicos e enfermeiros continuem a serviço da população de seu Estado. "Eles atenderão nas casas, igrejas, ou onde for possível", disse.

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