08 de maio de 2015 | 09h11
LONDRES - A confortável vitória do primeiro-ministro britânico, David Cameron, nas eleições gerais britânicas - conquistando a maioria necessária para governar sem a necessidade de formar uma coalizão -, resultou já nesta sexta-feira, 8, na renúncia à liderança partidária dos dois principais líderes da oposição. Nick Clegg, líder do Partido Liberal-Democrata - que faz parte da atual coalizão governista - também tomou a mesma decisão após seu partido perder 47 cadeiras no Parlamento.
Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista, anunciou que não estaria mais à frente da legenda depois de os resultados oficiais confirmarem as previsões das pesquisas de boca de urna - que contradisseram os levantamentos feitos antes da votação -, deixando seu partido com um desempenho muito abaixo do esperado em toda a Grã-Bretanha.
"Eu assumo a responsabilidade total e absoluta pelo resultado", disse Miliband nesta sexta-feira. "Agora é hora de outra pessoa levar adiante a liderança deste partido."
Ex-ministro no último governo trabalhista, Ed disputou com seu irmão David a liderança do partido em 2010, levando a sigla mais à esquerda do que nos anos de liderança de Tony Blair, que ganhou três eleições. De acordo com a mídia britânica, os potenciais sucessores dele são Andy Burnham, Yvette Cooper, Chuka Umunna, Rachel Reeves e Alan Johnson.
Outro opositor que renunciou à liderança após ter um desempenho abaixo do esperado foi o eurofóbico Nigel Farage, do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), que ao não conseguir a cadeira que aspirava.
Farage, que foi derrotado na circunscrição inglesa de South Thanet pelo candidato conservador, disse no entanto que mais para frente irá considerar a possibilidade de voltar a concorrer em setembro como candidato para liderar a formação. O político informou que Suzanne Evans, atualmente vice-presidente do UKIP, será a líder interina até a designação de seu sucessor.
O líder eurofóbico felicitou o premiê Cameron, por sua vitória e admitiu o "terremoto" protagonizado na Escócia pelo Partido Nacionalista Escocês (SNP), que aparece como a terceira força parlamentar atrás dos conservadores e dos trabalhistas.
Liberais-democratas. O líder do Partido Liberal-Democrata britânico, Nick Clegg, apresentou sua renúncia depois de seu partido perder 47 cadeiras nas eleições gerais. Os liberais-democratas faziam parte da coalizão do governo de Cameron.
Após qualificar de "catastróficos" os resultados de seu partido, que só tem oito deputados no novo Parlamento, Clegg disse que a responsabilidade pelo resultado é sua, por isso que apresentou a renúncia. Muito emocionado após afirmar que nesta eleição "o medo ganhou", Clegg disse que seu partido "voltará".
A renúncia de Clegg era esperada desde que ficou conhecido o fiasco eleitoral que sofreram os liberais-democratas com a perda da imensa maioria de suas cadeiras e depois de alguns dos pesos pesados do partido, como o secretário de Estado do Tesouro, Danny Alexander, e o ministro da Energia, Ed Davet, perderem suas cadeiras. / NYT e EFE
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