
27 de setembro de 2010 | 00h00
Esses projetos incluiriam a adoção de instrumentos jurídicos para que Chávez intensifique a nacionalização de empresas privadas, a expropriação de terras e imóveis e o controle das organizações da sociedade civil. Dorme nas gavetas da Assembleia, por exemplo, uma proposta do governo para regulamentar "contratos de cooperação internacional".
Tal projeto, como explicou ao Estado Ewald Scharfenberg, que dirige o Instituto Prensa y Sociedad, obedeceria a duas finalidades: criaria um marco legal para a ação internacional de Chávez, que transfere centenas de milhões de dólares para países aliados, e instalaria um fundo para centralizar todas as doações em dinheiro do exterior para ONGs do país. "Pelo projeto, o repasse desses fundos seria feito de acordo com critérios oficiais de prioridade social", diz Scharfenberg.
No caso de a oposição tirar de Chávez a maioria de dois terços da Assembleia, o governo pressionará a atual legislatura para limpar a pauta do Parlamento para evitar obstruções a partir de janeiro. Se as urnas forem favoráveis ao chavismo, porém, o presidente terá um cheque em branco para seguir com seus programas radicais com os quais promete "demolir a oposição", consolidar seu "socialismo do século 21" e assegurar condições mais cômodas para reeleger-se em 2012.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.