
05 de agosto de 2013 | 23h02
Uma mensagem interceptada do líder da Al-Qaeda para o chefe da filial da rede terrorista no Iêmen fez os EUA fecharem embaixadas no mundo islâmico e emitirem um alerta de viagens a seus cidadãos. Segundo o jornal The New York Times, na comunicação havia uma ordem para que o braço iemenita da Al-Qaeda – considerado por Washington atualmente o mais perigoso – cometesse um atentado no domingo.
Segundo espiões e congressistas americanos disseram ao jornal, as conversas entre o egípcio Ayman al-Zawahiri – sucessor de Osama bin Laden – e o chefe da Al-Qaeda no Iêmen, Nasser al-Wuhayshi, revelaram o mais elaborado plano de ataque contra os EUA desde o 11 de Setembro. A Al-Qaeda iemenita esteve por trás das principais ameaças aos EUA nos últimos anos, incluindo a tentativa de detonar explosivos em um voo para Detroit no Natal de 2009.
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Esse tipo de troca de informações entre líderes da rede terrorista é altamente incomum, afirmam analistas de inteligência americanos. Portanto, a interceptação da mensagem foi tratada com extrema urgência pela CIA, pelo Departamento de Estado e pela Casa Branca. Em pouco tempo, congressistas foram informados pelo governo americano sobre o conteúdo da ameaça.
"Foi significativo porque eram sujeitos importantes falando – e de modo muito específico sobre o momento de atacar", disse, em condição de anonimato, uma fonte de Washington ao New York Times. Na comunicação, havia uma ordem para agir no domingo, mas a mensagem não especificava em que local ocorreria o ataque. A reação do governo americano foi fechar todas as embaixadas no Oriente Médio e Norte da África, além de alertar cidadãos americanos sobre o risco de viajar nessas regiões.
Cautela. Continuarão fechadas até sábado 19 missões diplomáticas dos EUA no mundo árabe. Países europeus também decidiram fechar suas embaixadas na região. "Continuaremos a avaliar as informações conforme elas nos chegam, analisando as várias fontes de inteligência relativas a esse caso", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf. "O que estamos fazendo é tomando precauções, com uma enorme cautela, para proteger nossos cidadãos, nossas instalações e aqueles que visitam nossas missões no exterior."
Deputados republicanos elogiaram as medidas adotadas pelo governo Barack Obama, na contramão do que ocorreu em setembro. À época, a Casa Branca e o Departamento de Estado foram acusados de negligência diante do atentado contra o consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia. O embaixador americano no país, Christopher Stevens, e três funcionários americanos morreram no ataque, cometido no 11.º aniversário do 11 de Setembro.
O republicano Peter King, deputado de Nova York que preside a Comissão de Inteligência da Câmara, disse ontem acreditar que os líderes da Al-Qaeda pretendiam atacar no Oriente Médio. No entanto, ele não descartou a possibilidade de que os terroristas tentassem agir em território europeu.
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