Ordens de prisão complicam crise venezuelana

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Por Agencia Estado
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A ordem de captura emitida por uma juíza contra sete gerentes petroleiros, que se mantêm em greve desde dezembro, fez crescer a tensão interna e afastou a possibilidade de um acordo pacífico para a séria crise venezuelana. Os processos abertos contra os sete executivos, que foram despedidos em dezembro em represália por se unirem à greve geral que pressionou pela renúncia do presidente Hugo Chávez, são considerados pela oposição como um ato de "perseguição política". "Este é um julgamento político. Nós, até este momento, não sabemos nem de quê somos acusados", asegurou Juan Fernández, um dos líderes dos trabalhadores petroleiros contra os quais foi dada a ordem de detenção. "Se o delito de que somos acusados é por defender a liberdade e a democracia em nosso país, e uma indústria petroleira que contribua para o desenvolvimento econômico da Venezuela, então creio que serão milhões os venezuelanos que serão acusados", disse o gerente. Fernández declarou à televisão Globovisión, falando de um lugar desconhecido, que os advogados dos sete gerentes estão avaliando os casos para determinar se se entregarão ou se continuarão na clandestinidade, do mesmo modo que o líder sindical Carlos Ortega, contra o qual também foi emitida uma ordem de prisão. A juíza Belkys Cedeño abriu um processo contra Horacio Medina, Gustavo Feijoo, Lino Carrillo, Mireya Ripanti, Edgar Quijano, Juan Santana e Juan Fernández por supostos delitos de rebelião civil, danos à indústria petrolífera e interrupção no fornecimento de energia e gás. O negociador opositor Timoteo Zambrano disse nesta quinta-feira que a detenção do líder empresarial Carlos Fernández e a ordem de captura que pesa sobre Ortega e os sete gerentes petroleiros fere o acordo contra a violência, subscrito pelo governo na semana passada. Afirmou que os delegados opositores não permitirão que enquanto durar o processo de negociação "se empregue de modo irresponsável o Poder Judiciário como arma política contra a oposição". A mesa de negociações reinicia suas atividades após oito dias de recesso, em meio a um ambiente tenso após os atentados com explosivos que danificaram as missões diplomáticas da Espanha e da Colômbia e a abertura de processos contra dirigentes opositores. "Chegou o momento de conversar muito a sério na mesa de negociações e acordo, medidada pelo ssecretário-geral da OEA, para encontrar uma solução pacífica, democrática, constitucional e eleitoral", comentou o embaixador americano em Caracas, Charles Shapiro, ao expressar sua preocupação com a crescente animosidade no país. As sessões da mesa de negociações foram suspensas em 19 de fevereiro por solicitação do secretário-geral da OEA, César Gaviria, que precisou viajar para a Espanha e EUA, a fim de cumprir missões relacionadas com seu cargo.

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