Organizações internacionais apertarão cerco contra lavagem

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Por Agencia Estado
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Grandes organizações internacionais, como a Organização de Estados Americanos (OEA) e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), além de instituições multilaterais de financiamento, entre elas o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial( Bird), estão se unindo em uma força-tarefa para reduzir ao máximo a lavagem de dinheiro, um dos crimes de corrupção mais condenados pela Global Organization of Parliamentarians Against Corruption (Gopac). A Gopac reúne hoje mais de 170 parlamentares de 60 países e mais de 150 observadores em todo o mundo. O presidente dessa organização, John Williams, contou à Agência Estado que, enquanto não houver uma convenção internacional sobre o tema, os recursos provenientes do processo de lavagem de dinheiro dificilmente poderão ser repatriados e muito menos as instituições financeiras que os recebem poderão ser acusados de crime. "A força-tarefa que estamos montando vai desenvolver estudos e relatórios que permitam definir leis internacionais para enfrentar esse crime", disse Williams, que está participando do seminário "Parlamentos e Controle de Corrupção: desafios políticos na América Latina", no Parlatino, em São Paulo. "Já se falou muito lutar contra a corrupção. Mas agora queremos agir, e vamos agir, criando leis e regras internacionais", afirmou Williams, que preside também o Comitê Permanente sobre Contas Públicas na Câmara dos Comuns do Canadá. Ele acredita que em dois ou três anos a convenção internacional sobre o crime de lavagem de dinheiro poderá estar funcionando. "Uma vez que essas leis estejam em vigência, será exigido o seu cumprimento", afirmou. Indagado se tais leis permitiriam penalizar países que se neguem a acatá-las, Williams respondeu que "punir não é muito simples", mas, acrescentou, "certamente os transgressores sofrerão duríssimas pressões políticas". De acordo com o presidente da Gopac, corrupção, que envolve lavagem de dinheiro e propinas, entre outros, é um crime que pode apenas ser controlado, mas dificilmente eliminado. "É como dirigir um carro em alta velocidade na estrada, onde há um limite. Esse carro pode ser controlado, mas não impedido de andar." Williams lembrou também que as multinacionais investem seus recursos só em países onde as leis e os contratos são claros. "Se as multinacionais não acreditam na proteção de seu dinheiro, então o aplicam onde a lei é mais segura e cumprida", alertou. Leia também: Legislativo é Poder mais vulnerável à corrupção, diz o Bird

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