Organizadores celebram sucesso da paralisação na Venezuela

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Por Agencia Estado
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Centenas de negócios fechados e milhões de venezuelanos estão em casa em conseqüência da greve nacional em protesto contra a política econômica do presidente Hugo Chávez. "Todos podem ver que a greve é um tremendo sucesso. Ninguém está trabalhando e as ruas estão vazias. Este é um chamado coletivo para mudança, Senhor Presidente", disse Pedro Carmona, presidente da Fedecamaras, a maior associação patronal do país. A Fedecamaras convocou uma paralisação de 12 horas em protesto contra um pacote de leis econômicas lançadas por Chávez por meio de decretos. A Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) juntou-se a Fedecamaras e 1 milhão de trabalhadores do setor público também permaneceram em casa, incluindo alguns dos 40 mil petroleiros da estatal Petroleo de Venezuela (PdVSA). Os críticos dizem que pelo menos 8 das 49 leis baixadas por decreto por Chávez irão afastar os investidores por conta do aumento do controle estatal sobre uma variedade de indústrias, de petróleo a agricultura e pesca. Chávez, no entanto, não está mostrando nenhum sinal de que irá recuar em suas medidas. Depois da celebração do Dia da Força Aérea pela manhã, com uma exibição de jatos sobre a capital, ele planejava anunciar a polêmica reforma da Lei Rural esta tarde. Durante a cerimônia militar, Chávez prometeu ?acelerar a aplicação das leis e aprofundar o processo de revolução?. Ele disse ainda que começa hoje uma campanha para trazer os representantes do Fedecamaras de volta e dentro da lei. "Chávez está radicalizando. Ele está buscando apoio entre as Forças Armadas. Ele não tem o apoio dos trabalhadores, do setor empresarial, igreja e mídia", escreveu o analista político Luis Garcia Mora no editorial de ontem do jornal El Nacional. "Não queremos uma radicalização, mas se isso acontecer não teremos medo", disse Carmona esta manhã, durante uma entrevista coletiva. O presidente da Fedecamaras disse que tem esperança de que a Assembléia Nacional e a Suprema Corte possam deter Chávez através da suspensão das leis mais polêmicas. Contudo, Chávez tem muitos aliados na Assembléia, enquanto a Suprema Corte também demonstrou, no passado recente, relutância em agir contra o governo.

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