Ortega critica viagem de Bush pela América Latina

Presidente da Nicarágua disse que líder americano veio só para ´tirar fotos´

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Por Agencia Estado
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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse na terça-feira, 13, que o giro que realiza o presidente dos EUA, George W. Bush, pela América Latina carece de propostas e é apenas um mero passeio para tirar fotos. O tour de Bush por cinco países latino-americanos busca demonstrar que o mandatário quer ajudar a combater a miséria na região, mas ele tem sido enfático em defender as operações de seu país contra os imigrantes ilegais. Ortega, um esquerdista crítico das política neoliberais, disse que "a melhor notícia" que poderia trazer Bush à região seria anunciar a destruição de um muro que ele planeja construir em algumas partes da fronteira com o México, na tentativa de deter o fluxo de milhões de imigrantes ilegais que tentam chegar aos Estados Unidos. "Ele veio tirar fotos com alguns presidentes latino-americanos. Esteve ontem na Guatemala, hoje está no México, mas não traz absolutamente nada", disse Ortega. "O presidente Bush não foi bem preparado para essa visita porque não trouxe nada", acrescentou o mandatário, que encabeça seu segundo governo depois de chegar ao poder pela primeira vez em 1979, após uma revolução liderada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional. Bush encerrará na quarta-feira no México a viagem pela América Latina, que incluiu visitas a Brasil, Uruguai, Colômbia e Guatemala. Depois de promover temas como o livre comércio, a luta contra a miséria e o narcotráfico, o presidente norte-americano enfatizou a questão dos imigrantes em sua passagem por Guatemala e México. Na terça-feira, Bush prometeu ao México não cessar seus esforços para obter uma reforma nas leis de imigração, depois que o Congresso dos EUA a rechaçou no ano passado, decidindo em vez disso erguer um muro na fronteira, o que foi repudiado pelo país vizinho. Os mexicanos representam mais da metade dos 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos Estados Unidos e a cada dia milhares buscam cruzar a fronteira, arriscando a própria vida. Em sua escala anterior, na Guatemala, Bush defendeu as recentes operações nos EUA que culminaram na deportação de centenas de imigrantes ilegais. Ele também defendeu a construção do muro em 1.120 quilômetros do total de 3.000 quilômetros da fronteira que separa o país do México.

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