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Os cinco amigos argentinos mortos na tragédia em Nova York

Dez amigos de Rosário que comemoravam nos EUA 30 anos de amizade andavam de bicicleta, lado a lado, quando foram vítimas de terrorista

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Por Redação
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Era a primeira vez que os dez amigos argentinos saíam juntos desde que chegaram à Nova York, no sábado, em uma viagem planejada por mais de um ano. Era a comemoração de 30 anos de amizade do grupo, que se conheceu no Instituto Politécnico Superior General San Martín, da cidade de Rosário, em 1982.

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Ariel Erlij, de 48 anos, o mais bem-sucedido dos dez amigos, foi o mentor da excursão. Ele planejou a reunião para celebrar aquele aniversário. Empresário industrial, dono da empresa Ivanar, uma siderúrgica especializada em aço para construção, Ariel fazia questão de que os bons amigos estivessem juntos. Quando o grupo começou os preparativos, em um churrasco de fim de ano em 2016, Juan Pablo Trevisan, que tem uma empresa de instalação de pisos, e Ariel Benvenuto, arquiteto, disseram que não podiam pagar para ir aos EUA. Erlij fez questão de bancar a viagem e a hospedagem dos dois.

Dos oito amigos argentinos que viajaram para Nova York, cinco morreram. As vítimas, na ordem, da esquerda para a direita: Hernan Ferrucci (1º), Alejandro Pagnucco (2º), Ariel Erlij (3º), Hernan Mendoza (6º), Diego Angelini (7º) Foto: AFP/ Cecilia Piedrabuena

Os outros sete amigos eram todos profissionais de sucesso. Escolheram viajar para os Estados Unidos para poder se reencontrar com dois amigos que moravam no país, Martín Marro e Guillermo Manchini. Marro, biotecnólogo e está em Boston desde 2015. Manchini vive no país há uma década.

O grupo desembarcou em Nova York no sábado, mas Ariel teve compromissos pessoais e só chegou no domingo, em um voo particular. Todos haviam feito passeios em grupos menores, comprado lembranças para as famílias, mas não tinham se reunido. Os planos para a segunda-feira eram simples. Passear pelo Central Park, perto de onde estavam hospedados, e depois andar de bicicleta. A ideia era seguir pela ciclovia que margeia o Rio Hudson. O percurso, de quase dez quilômetros, terminaria na ponte do Brooklyn. Segundo sobreviventes, eles andavam na ciclovia em duplas, jogando conversa fora e rindo. Foi quando perceberam a chegada da picape dirigida por Sayfullo Sipov. Salvaram-se os que estavam perto do canteiro central da ciclovia.

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Em entrevista à rádio argentina LT8, a mulher de Ariel Benvenuto, um dos sobreviventes, descreveu o ocorrido. “Ariel contou que era o último da fila, estava na direita, perto do canteiro central, quando ouviu uma acelerada forte”, disse Cecilia Piedrabuena. “Quando se virou, viu a picape e se jogou para o lado. Ele diz que a caminhonete passou a vinte centímetros dele”. Segundo Cecilia, quando ele se recuperou da queda, e viu a cena a sua frente, Ariel caiu em prantos. 

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O mentor da viagem, Ariel Erlij, morreu na hora, assim como Hernán Mendoza, Diego Angelini e Alejandro Pagnucco. Hernán Ferruchi morreu no hospital. Martín Ludovico Marro, que mora em Boston, está internado. Ele ainda não sabe o que aconteceu. O grupo de sobreviventes só pretende voltar para a Argentina depois de visitar Marro, para contar a ele a notícia.

O ataque comoveu a Argentina. “O atentado nos abateu muito, a todos os argentinos”, afirmou ontem o presidente da Argentina, Mauricio Macri. “Na luta contra o terrorismo não há zonas cinzentas. Todos temos que estar comprometidos dos pés à cabeça”. 

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