PUBLICIDADE

Os EUA, ?eixo do bem?, podem negociar com "eixo do mal"

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de incluir Irã, Coréia do Norte e Iraque no que denominou "eixo do mal" em seu discurso sobre o Estado da União, na última terça-feira, o presidente americano, George W. Bush, esclareceu que não descarta a possibilidade de diálogo com Teerã e Pyongyang, mas ressaltou que "todas as opções para tornar os EUA e seus aliados mais seguros estão sobre a mesa". "É claro que não", respondeu Bush - durante a entrevista coletiva conjunta que concedeu após encontrar-se com o rei Abdullah, da Jordânia - a um repórter que perguntou se a hipótese de aproximação com os regimes norte-coreano e iraniano estava descartada. "Como disse em meu discurso, o que espero é que as nações ouçam nosso chamado e tomem as decisões corretas." "Os três países que mencionei estão agora avisados de que nós pretendemos levar muito a sério seus programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa", prosseguiu Bush. "Uma decisão errada seria continuar exportando armas de destruição maciça, e eu certamente espero que a Coréia do Norte, por exemplo, ouça o que nós sugerimos e retire alguma parte de seu arsenal convencional (estacionado perto da fronteira informal com a Coréia do Sul) para deixar claras suas intenções pacíficas na península." A Coréia do Norte reagiu duramente ao discurso de Bush, qualificando-o de "pouco menos que uma declaração de guerra". Teerã qualificou o discurso de "manifestação irresponsável de um homem sedento de sangue". Bagdá classificou o presidente americano como "um imbecil". Em entrevista à rede de TV NBC, a ex-secretária de Estado Madeleine Albright afirmou que o discurso de Bush foi "um grande erro". "É perigoso juntar Irã, Iraque e Coréia do Norte no mesmo ´eixo do mal´, pois são países muito diferentes", disse Albright. "Quando deixei o Departamento de Estado, havia a possibilidade real de firmarmos um acordo confiável com a Coréia do Norte para acabar com as exportações de mísseis."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.