
03 de agosto de 2014 | 02h02
Alguns membros do gabinete de segurança israelense apoiam uma reocupação de longo prazo de Gaza, mas o premiê Binyamin Netanyahu provavelmente não é um deles. Não existe muita pressão por parte da sociedade israelense para um fim da operação ou para que seja aceito um cessar-fogo proposto no plano internacional.
As coisas possivelmente seriam diferentes se Netanyahu simplesmente declarasse que os objetivos militares vagamente definidos de Israel foram cumpridos e retirasse unilateralmente suas tropas.
Uma análise da Associated Press descartou este cenário ao afirmar que o Hamas acha que precisa ter alguma coisa para mostrar pelos seus esforços na forma de uma flexibilização do bloqueio.
Talvez, mas o Hamas matou mais israelenses em combate em Gaza do que com os foguetes lançados contra o território israelense. Se Israel retirasse suas tropas e o Hamas continuasse ineficazmente a disparar foguetes contra o Domo de Ferro, sistema antimísseis israelense, a crise em Gaza rapidamente deixaria de chamar a atenção internacional e também os esforços para suspender o bloqueio. Seria mais prudente para o Hamas declarar sua própria vitória com base no fato de que resistiu ao poderio israelense sem se render.
Essa possibilidade não resolveria a catástrofe atual nem impediria uma nova explosão de violência. E certamente é algo remoto. Mas parece o caminho mais provável para o fim da disputa. / Tradução de Terezinha Martino
* É jornalista
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