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Otan discute novas formas de combate ao terrorismo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disso hoje aos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que o Afeganistão não é o único país em que os terroristas operam e que o grupo Al-Qaeda não é a única rede. Ele disse ainda que a lista de países que apóiam o terrorismo se sobrepõem àquela de países que possuem armas químicas, biológicas e que tentam conseguir armas nucleares. ?Ao observarmos a devastação que eles promoveram nos Estados Unidos, contemplamos a destruição que podem derramar sobre Nova York, ou Londres, ou Paris, ou Berlim, com armas nucleares, químicas ou biológicas?, disse Rumsfeld aos ministros de defesa dos demais países da Otan reunidos em Bruxelas, de acordo com o texto de seu discurso preparatório. ?Precisamos enfrentar a realidade de que os ataques de 11 de setembro - terríveis como foram - podem de fato ser uma amostra do que pode acontecer se não nos prepararmos hoje para defendermos nossos povos de inimigos com armar de poder e alcance cada vez maiores?, ele disse. Rumsfeld, que acaba de realizar uma visita ao Afeganistão, deve reunir os aliados para instruir a Otan a estudar o desenvolvimento de novas estratégias de combate ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa. A Otan invocou o artigo número 5 de seu tratado de fundação, declarando que os ataques aos Estados Unidos em setembro seriam considerados como ataques aos 19 membros. Mas a aliança não esteve na liderança da guerra do Afeganistão. Embora o concepção estratégica da Otan, fixada em 1999, aponte o terrorismo e a disseminação de armas de destruição em massa entre as principais ameaças que a organização tem de enfrentar, a aliança ainda se direciona a um combate de defesa territorial e não a forças obscuras de terror. ?O horror de 11 de setembro mudou totalmente nossa percepção dos perigos no mundo em que vivemos?, disse o secretário-geral da Otan, Lord Robertson. ?Nós apenas começamos o que deve ser uma ampla adaptação da aliança para atender os novos desafios de segurança... especialmente nossas capacidades de defesa?. Robertson disse que o desenvolvimento dessas novas capacidades certamente custarão mais dinheiro. ?Precisamos tirar as conclusões necessárias, mesmo que isso signifique recursos adicionais para defesa e segurança e novos balanços de nossos programas de defesa?. Os ministros de defesa deverão trabalhar no desenvolvimento de um novo conceito de defesa contra terrorismo, na revisão da atual eficiência de combate da Otan, na definição de novas capacidades de combate ao terrorismo e à proliferação de armas químicas, biológicas e nucleares. Também devem ser discutidas formas de aprimorar a troca de informações. Rumsfeld disse que, como o mundo foi surpreendido pelos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, novos ataques inesperados podem acontecer no futuro. Ele citou novas formas de ameaças, incluindo ataques de hackers, ataques em satélites e redes de informação, armas convencionais mais avançadas, mísseis intercontinentais, mísseis balísticos e nucleares, e armas químicas e biológicas. ?Ninguém pode ignorar todos esses perigos emergentes?, disse ele. O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, também está em Bruxelas para discutir com os aliados planos de colaboração contra os antigos adversários. Rumsfeld se encontrou com Ivanov separadamente ontem à noite. No início deste mês, os ministros de Relações Exteriores dos países da Otan lançaram um plano de aproximação com Moscou, instruindo as autoridades da aliança a desenvolverem um novo conselho em que a Rússia deverá participar junto com os aliados na discussão, planejamento e decisão em casos específicos. O trabalho deve ser concluído no próximo ano. Os ministros da Defesa reunidos hoje em Bruxelas deverão considerar esse novo conselho. Também está inclusa na agenda da reunião a questão dos Balcãs, onde a Otan mantém 60.000 soldados em três operações militares distintas: Bósnia, Kosovo e Macedônia. Os ministros deverão encontrar formas de racionalizar as operações, torná-las mais eficientes e, eventualmente, reduzir seu tamanho.

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