12 de abril de 2011 | 10h04
BRUXELAS - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou nesta terça-feira, 12, que poderia obter mais resultados na Líbia se tivesse mais meios militares, em resposta as críticas de alguns países sobre a intensidade das operações na Líbia.
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"Se nós tivéssemos mais meios, poderíamos fazer mais", afirmou o general Mark van Uhm, chefe de operações no quartel-general para a Europa da aliança. Hoje, os ministros de Exteriores da França e do Reino Unido criticaram o ritmo de ações da organização.
Críticas
O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, queixou-se nesta terça-feira de que o papel que a Otan cumpre na Líbia é insuficiente e defendeu a destruição das armas pesadas utilizadas pelas tropas de Kadafi no bombardeio a Misrata.
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"Em primeiro lugar, a Otan deve cumprir plenamente seu papel. A Otan quis assumir a direção das operações e nós aceitamos. Agora deve cumprir seu papel, ou seja, que Kadafi não utilize novamente armas pesadas para bombardear a população", declarou Juppé em entrevista à emissora de rádio France Info.
O ministro francês assinalou que abordará esta questão na reunião desta terça-feira em Luxemburgo com seus colegas da União Europeia (UE), em encontro do qual participará um enviado da oposição líbia e no qual será analisado em particular o envio de uma missão humanitária para assistir à população mais afetada pelos combates.
"É preciso fazer um grande esforço e acentuar a ajuda humanitária. A UE, que não quis se implicar na parte militar da operação, deve dar prioridade absoluta a esta ajuda humanitária", comentou com relação à reunião em Luxemburgo.
Questionado sobre o risco de uma partilha da Líbia, o chefe da diplomacia francesa assegurou que "todo o mundo quer evitar isso".
Juppé assinalou que esse é o objetivo da reunião prevista para Doha para "iniciar um diálogo político" entre o Conselho Nacional de Transição (CNT) e "as autoridades da sociedade civil líbia" e "os que em Trípoli dizem que não há futuro com Kadafi, que são cada vez mais".
O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, também fez críticas à Otan hoje. Ele acredita que a organização deve "manter e intensificar os esforços militares" na Líbia para proteger a população civil das ofensivas de Kadafi.
Hague declarou que o Reino Unido havia enviado à Líbia novos recursos aéreos nas últimas horas e convidou outros aliados "a fazer o mesmo".
O ministro reiterou que a Líbia só terá um futuro "viável" quando Kadafi "sair do país". Com relação à possibilidade de um cessar-fogo por parte das tropas do regime líbio, o britânico disse que "Kadafi já descumpriu dois supostos acordos".
Hague acredita que "o importante é alcançar um cessar-fogo real" para que depois "a ONU possa realizar sua verificação".
Com Efe
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