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OTAN: mísseis ameaçam Europa, mas sistema de defesa é factível

Estudo encomendado pela OTAN aponta crescimento da ameaça de ataques em território europeu, mas avisa que países têm possibilidade de defesa

Por Agencia Estado
Atualização:

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) constatou a existência de uma "ameaça crescente" de ataques com mísseis em território europeu, mas considera "tecnicamente factível" a implementação de um sistema de defesa eficaz, a custos "não exorbitantes", contra o risco de agressões externas. Assim aponta um estudo de viabilidade sobre defesa antimísseis entregue nesta quarta-feira pelos diretores nacionais de armamento da OTAN, em resposta a um pedido feito em 2002 pelos países-membros do organismo. O assistente do secretário-geral da OTAN para Investimento em Defesa, Marshall Billingslea, disse nesta quarta-feira que o trabalho utilizou, entre outros elementos, o know-how dos Estados Unidos, que está finalizando um sistema desse tipo, com o qual o novo sistema europeu poderia trabalhar. O relatório de viabilidade é o resultado de quase quatro anos de análise técnicas sobre como defender os núcleos de população, as forças armadas e o território da Otan de qualquer tipo de ameaça com mísseis balísticos, informa a organização em comunicado. O documento, de mais de 10 mil páginas, foi elaborado por um consórcio internacional de indústrias dirigido pela Corporação Internacional de Ciências Aplicadas (SAIC, na sigla em inglês), e foi validado por analistas em defesa antimísseis de todos os países-membros da Organização. Billingslea acrescentou que o trabalho abrange todo o aspecto técnico, e que agora é o momento de abrir o debate político e militar sobre se há conveniência ou não de desenvolver esse sistema, e se há uma demanda social para isso. O especialista em defesa não quis citar, entretanto, as ameaças concretas que existiriam contra a Europa e nem suas origens, mas insistiu em que são reais e que estão aumentando. Em relação ao tempo que o sistema levaria para se tornar operacional, Billingslea evitou expor um calendário, mas garantiu que a estrutura poderia ser concluída "mais cedo do que tarde".

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