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Otan teme que Taleban volte ao poder com saída prematura do Afeganistão

Chefe da aliança quer garantias que transição prometida para 2014 tenha condições para ser feita

Atualização:

ISLAMABAD - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, alertou nesta quarta-feira, 21, para os riscos de que o Taleban poderia tomar o controle no Afeganistão caso as forças internacionais deixem o país antes da hora.

 

 

"Não podemos deixar o Afeganistão prematuramente, antes do fim de nosso trabalho. Os taleban retornariam facilmente. O Afeganistão poderia servir novamente de plataforma para ataques terroristas", disse Rasmussen em entrevista coletiva junto ao ministro paquistanês de Assuntos Exteriores, Shah Mehmood Qureshi.

 

O secretário-geral da Otan ainda disse que o objetivo é fazer com que as forças de segurança afegãs assumam a responsabilidade pelas operações militares no país em 2014, conforme prometeu o presidente Hamid Karzai na terça, mas ressaltou que a transição dependerá mais das condições do Afeganistão do que de um calendário.

 

"Temos que ter a garantia de que vamos ter as condições requeridas para a transição. Estaremos comprometidos até que tenhamos certeza que há estabilidade. Não deixaremos um vazio. O compromisso da Otan com o Afeganistão é a longo prazo", disse Rasmussen.

 

Além disso, o chefe da aliança apoiou o processo de reconciliação com insurgentes moderados, desde que estes estejam dispostos a abandonar a violência e a respeitar a Constituição e democracia afegãs.

 

Para Rasmunssen, o Paquistão pode desempenhar um papel importante nesta estratégia, promovida pelo presidente Karzai. Qureshi afirmou que Islamabad não está buscando um papel no processo, mas disse que é o próprio governo do Afeganistão quem deve decidir como o Paquistão pode ajudar.

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O secretário-geral da Otan visitou o Paquistão nesta quarta-feira, após participar, terça, junto a Qureshi, da Conferência de Cabul. No encontro, delegados de cerca de 70 países e organismos internacionais decidiram dar mais controle ao governo afegão na gestão dos fundos da comunidade internacional destinados ao país e apoiaram seu plano de paz e reconciliação com os grupos insurgentes.

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