Otan tenta definir novo papel para França no Afeganistão

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O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, disse neste domingo que vai discutir na reunião de cúpula, que ocorre em Chicago, como a França pode continuar apoiando a missão internacional no Afeganistão, mesmo que o país realmente retire suas tropas.Mais de 50 líderes mundiais se encontram hoje e amanhã nos EUA para tentar chegar a um acordo sobre a saída das forças internacionais do Afeganistão, após mais de uma década de guerra. O novo presidente da França, François Hollande, prometeu retirar o 3,5 mil soldados franceses do país em 2012, um ano antes do planejado.Em uma entrevista para a BBC, Rasmussen disse não acreditar que Hollande fechou completamente as portas para a missão, e que a França ainda pode ter um papel importante, possivelmente treinando soldados afegãos. "Hollande tem declarado que está preparado para dar apoio ao Afeganistão de uma forma diferente, e é claro que nós vamos discutir isso com ele", afirmou o líder da Otan.Rasmussen argumentou que um papel diferente para a França não estaria em conflito com a mudança na estratégia da Otan no Afeganistão. "Nós estamos agora em um processo de transmitir gradualmente a responsabilidade pela segurança para os afegãos. Esse processo será concluído no fim de 2014 e durante esse tempo nós vamos ver retiradas de tropas, vamos ver uma mudança gradual no papel das nossas tropas do combate para o apoio. Não é uma contradição com a nossa estratégia, é na verdade uma parte da nossa estratégia".O ministro de Defesa da França, Jean-Yves le Drian, disse ontem que a retirada das tropas francesas não vai afetar a "unidade" da cúpula da Otan. Mesmo assim, a organização deve enfrentar um grande protesto de manifestantes contrários à presença militar no Afeganistão. Neste sábado já houve manifestações e 18 pessoas foram presas.O policiamento na cidade é forte, principalmente nas proximidades do centro de convenções onde ocorre a cúpula. Ontem, três ativistas foram presos acusados de fabricarem coquetéis Molotov para tentar atacar um escritório de campanha do presidente Barack Obama, a casa do prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, e outros alvos. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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