Ouattara solicita operação militar na Costa do Marfim para derrubar Gbagbo

Considerado presidente eleito pela ONU, opositor diz que em breve chegará ao poder

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ABIDJÃ - Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como presidente eleito da Costa do Marfim, disse nesta quinta-feira, 6, que forças especiais do Oeste Africano devem remover do poder o atual presidente do país com uma energética operação militar de grande escala.

 

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Ouattara, disse à Associated Press que Laurent Gbagbo "está, essencialmente, em sua residência ou no palácio presidencial" e que sua localização pode ser identificada rapidamente. Ele ainda afirmou que quer as forças de elite realizando a operação.

 

Em entrevista à rádio Europe 1, falando do hotel onde vive cercado por tropas de Gbagbo, em Abidjã, Ouattara disse que e breve a crise estará solucionada e que logo ocupará a presidência marfinense.

 

"Confio que em breve vamos ter todo o poder. Posso dizer que será durante o mês de janeiro", acrescentou, dizendo ainda que "já é hora de colocar um fim nessa situação. Laurent Gbagbo tem de deixar o poder".

 

Ouattara ainda acusou Gbagbo de recrutar mercenários da Libéria para lançar uma campanha de assassinatos e estupros contra seus partidários. "Laurent Gbagbo tem sangue em suas mãos", afirmou.

 

"Muitos marfinenses foram mortos por mercenários e pela milícia de Laurent Gbagbo. Nós já tivemos mais de 200 mortes, temos estupros e pessoas feridas - mais de mil pessoas feridas". Ouattara afirmou ter provas dos crimes. "E a ONU (Organização das Nações Unidas) e todas as organizações pelos direitos humanos notaram os massacres, assassinatos e os atribuíram a mercenários e milícias recrutados por Laurent Gbagbo", afirmou Ouattara.

 

Especialistas da ONU disseram temer as informações sobre violência generalizada após as eleições na Costa do Marfim e notam risco de haver crimes contra a humanidade. Ouattara afirmou que já escreveu para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que este peça ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o envio de uma missão investigativa. Segundo ele, houve a informação de que isso seria feito nos próximos dias.

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O bloco regional de Estados Africanos do Oeste, ECOWAS em inglês, ameaçou levar a cabo uma ação militar, mas nos últimos dias os líderes africanos tem se esquivado de assumir um compromisso com uma invasão armada. Eles temem mortes em massa e um possível retorno à guerra civil.

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