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Outra mulher diz ter tido um filho com líder paraguaio

Menino de 6 anos teria sido concebido quando Lugo era bispo; presidente já assumiu uma paternidade

Por Ariel Palacios
Atualização:

Dez dias após a revelação da existência de um filho - até então desconhecido - do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, os paraguaios surpreenderam-se mais uma vez ontem ao ver na TV os olhos tristes de Benigna Leguizamón, de 26 anos, que afirmou ser a mãe de outro filho do ex-bispo . Os líderes de oposição estão chamando Lugo de ijapú ("mentiroso", em guarani, um dos dois idiomas oficiais do Paraguai). A notícia abalou o gabinete de Lugo. A ministra da Mulher, Gloria Rubin, e a da Infância, Liz Torres, disseram esperar que o presidente assuma uma "posição clara" sobre o assunto. Mais tarde, Gloria informou que o presidente concordou em fazer um teste de DNA e conversar com Benigna. Lugo, de 57 anos, não confirmou nem desmentiu a paternidade do menino, mas em um breve comunicado prometeu "agir sempre com o argumento da verdade" e disse que está à disposição da Justiça. Durante a Páscoa, Viviana Carrillo anunciou que era a mãe de uma criança de quase 2 anos e declarou que o pai era Lugo. O presidente admitiu a paternidade há uma semana. A relação com Viviana começou quando ela tinha 16 anos e durou quase dez anos. Benigna diz ter conhecido Lugo quando foi pedir ajuda financeira para sustentar sua primeira filha, fruto de uma relação com outro homem. "Ele me deu apoio, mas se aproveitou de minha necessidade e me induziu a fazer sexo", afirmou Benigna, que disse ter ficado grávida um ano depois. Ela trabalhou como faxineira na diocese de San Pedro quando Lugo era bispo - hoje, sustenta seu atual marido e quatro filhos vendendo água sanitária. A moça afirma que teve relações sexuais com o então bispo em 2001 e tem "100% de certeza" de que ele é o pai de Lucas, de 6 anos. "Pedirei à Justiça que ele faça o exame de DNA." Atualmente vivendo na periferia de Ciudad del Este, Benigna afirma que deu à luz na casa cujo aluguel Lugo pagava. "Ele me enviou dinheiro até a criança completar 2 anos; depois, foi cortando a ajuda." A notícia sobre o suposto segundo filho azedou as celebrações do primeiro aniversário da vitória de Lugo nas eleições presidenciais, programadas para ontem. "Acho estranho esse tipo de denúncia logo nesta data", afirmou Pompeyo Lugo, irmão do presidente. No comando da Aliança Patriótica para a Mudança, Lugo derrotou o Partido Colorado, que havia governado o país por 61 anos ininterruptos. Ontem, Lugo anunciou a troca dos ministros da Agricultura, Indústria e Comércio, Justiça e Trabalho e Educação e Cultura. Apesar dos escândalos, ele tem 53% de popularidade.

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