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Outros dois opositores fazem greve de fome

Um dissidente está em jejum há 30 dias, enquanto o outro não come desde o dia 20

Por Afp
Atualização:

HAVANAA Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional divulgou ontem um comunicado no qual afirma que pelo menos uma dezena de dissidentes iniciou greves de fome após a morte do preso político Orlando Zapata Tamayo, morto no fim de fevereiro após passar 85 dias em jejum. No entanto, segundo nota assinada pelo porta-voz da entidade, Elizardo Sánchez, apenas três opositores permanecem sem comer.O principal deles é o jornalista e psicólogo Guillermo Fariñas, de 48 anos, em greve de fome há 34 dias para pedir a libertação de um grupo de presos políticos cujo estado de saúde estaria se deteriorando. Ontem, a mãe de Fariñas, Alicia Hernández, afirmou que seu filho está superando a infecção que agravou seu estado de saúde no fim de semana. No entanto, ela disse que Fariñas pretende continuar a greve de fome "até o fim".O opositor está internado em um hospital de Santa Clara, cidade a 280 quilômetros a leste de Havana, desde o dia 11. De acordo com a comissão cubana, Fariñas pode morrer "a qualquer momento", apesar da supervisão constante da equipe médica do centro de saúde.Além de Fariñas, o opositor Franklin Pelegrino del Toro, residente da Província de Holguín, cumpriu ontem 30 dias de greve de fome em sua casa. O motivo do jejum é apoiar o pedido de Fariñas para a libertação do grupo de presos políticos. A agência de notícias France Press afirmou que Pelegrino, de 38 anos, foi hospitalizado ontem.O médico Darsi Ferrer Ramírez, de 40 anos, também está em greve de fome. Recentemente declarado "prisioneiro de consciência" pela Anistia Internacional, Ferrer iniciou o jejum no dia 20 para protestar contra os maus-tratos recebidos por ele na prisão de Valle Grande, oeste de Havana. Ele está preso desde 21 de julho de 2009 sem ter sido acusado formalmente.O regime de Fidel e Raúl Castro nega a existência de presos políticos - cujo número estimado pela oposição seria de cerca de 200 - e afirma que os detidos são "mercenários" a serviço dos EUA. /

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