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Pacientes são forçados a deixar clínica em Mianmar após visita de líder opositora

Ativista Suu Kyi, libertada no sábado, visitou o centro de atendimento a Aids e atraiu multidão ao local.

Por BBC Brasil
Atualização:

Visita de Suu Kyi atraiu multidão à clínica na quarta-feira Residentes e funcionários de um centro de atendimento a pessoas com HIV em Mianmar disseram que estão sendo forçados a deixar o local, após receberem uma visita da ativista política e opositora Aung San Suu Kyi. Na quarta-feira, a visita da ativista atraiu cerca de 500 pessoas à clínica, localizada em Yangun, maior cidade de Mianmar. No dia seguinte, residentes e funcionários do centro disseram ter sido informados por autoridades locais que perderiam a permissão para continuar no local. "Acho que eles (autoridades) ficaram chocados ao ver a multidão durante a visita de Suu Kyi", disse Yazar, gerente da clínica, à BBC birmanesa. "Tantas pessoas vieram apoiar os pacientes e apoiá-la. Essa pode ser a principal razão de preocupação." Suu Kyi, que foi libertada no último dia 13 após sete anos em prisão domiciliar, havia dito em entrevista à BBC que quer liderar uma "revolução pacífica" pela democracia em Mianmar. Sua libertação ocorreu seis dias depois da primeira eleição realizada no país em 20 anos. O pleito, vencido pelo maior partido aliado dos militares, foi boicotado pelo partido de Suu Kyi e criticado internacionalmente como pouco transparente. A junta militar que governa o país desde 1962 não impôs restrições aos movimentos da ativista. Mas o editor da BBC birmanesa, Tin Htar Swe, disse que o envolvimento dela com a causa da Aids deve desagradar os militares. Clínica A clínica de tratamento a pacientes com HIV é mantida por um proeminente membro da ala jovem do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (NLD, na sigla em inglês). Os 80 pacientes, alguns de fora de Yangun, dependem de uma permissão do governo - atualizada mensalmente - para permanecer na clínica. Na última quinta-feira, foram informados que a autorização não será renovada e que terão de se mudar. "Nem eu nem os pacientes temos para onde ir", disse Yazar. "Eles costumavam ficar nos monastérios antes dos protestos (pró-democracia) feitos pelos monges em 2007. Mas, desde então, o governo não permite que eles fiquem lá." O paciente Htin Aung disse que depende do tratamento recebido na clínica. "Acho que não posso me mudar. Em nossas cidades, vemos pacientes morrendo. Aqui (no centro) temos tratamento constante e medicamentos." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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