Pacifistas denunciam violência contra palestinos

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Por Agencia Estado
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A associação Médicos pelos Direitos Humanos denunciou que o Exército israelense viola os direitos mais elementares da população palestina. "Estamos assistindo a uma grave violação dos valores morais; o Exército viola os direitos mais elementares da população civil palestina, e não podemos silenciar sobre tudo isto", expressou Nira Weingatn, um dos membros da associação. Weingatn, ao lado de cerca de 200 pacifistas israelenses, veio de Jerusalém até o posto militar de Kalandia, no caminho para Ramallah, para denunciar o que seu grupo definiu como "abusos vergonhosos sofridos por civis inocentes", na capital da Cisjordânia e outras cidades e em campos de refugiados palestinos ocupados pelo Exército israelense. "Começamos, há alguns meses, perguntando-nos sobre a moralidade da destruição, por razões de segurança, de árvores e campos de cultivo. E agora discutimos a moralidade do bloqueio dos meios de socorro e dos disparos sobre ambulâncias", acrescentou Weingatn. Enquanto ele fala, soldados israelenses sobem em um veículo da Cruz Vermelha Internacional e controlam a carga de seis toneladas de medicamentos, alimentos e leite em pó recolhidos por nove associações israelenses para os direitos humanos e destinados à população de Ramallah, que está sob toque de recolher. Nesta quinta-feira mesmo, a Suprema Corte de Israel examinou o recurso apresentado pelos Médicos pelos Direitos Humanos contra a medida militar que, nos últimos dias, impediu o desenvolvimento de operações de socorro em Ramallah e em diversos campos de refugiados da Cisjordânia. Ainda nesta quinta, o ministro da Defesa, Benyamin Ben Eliezer, ordenou ao Exército que não continuasse impedindo o trabalho das equipes de socorro e do pessoal médico. Muitas ambulâncias palestinas foram destruídas nos ataques dos soldados israelenses e, em vários casos, os transportes de socorro só puderam circular graças à "escolta" garantida pela Cruz Vermelha. Os comandos militares israelenses justificaram o bloqueio quase total das ambulâncias em Ramallah e nos campos de refugiados alegando a necessidade de impedir que sejam usadas pelos palestinos armados para se transportarem de um lugar para outro - motivo que tem sido rejeitado pelas organizações de direitos humanos e pelo Crescente Vermelho, o equivalente à Cruz Vermalha no mundo árabe. "Nossas ambulâncias só transportam feridos, as acusações isralenses são vergonhosas e só têm o objetivo de disfarçar as violações à Convenção de Genebra, que impõe às partes em guerra cuidar e favorecer seu trabalho de socorro", declarou à ANSA o doutor Mustafa Barghuti, dos Comitês Palestinos de Socorro Médico.

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