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Pai cubano autoriza saída do filho para os EUA

Por Agencia Estado
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Aos 11 anos, Yusniel Hernández parece calmo diante do furacão que se formou ao seu redor: sua mãe morreu no último fim de semana, e o homem que cumpriu por quase uma década o papel de seu pai reclama agora sua presença nos EUA. O pai de sangue de Yusniel, Lázaro Hernández, assegurou nesta sexta-feira à Associated Press que já havia autorizado legalmente a mãe do menino, da qual se divorciou há 9 anos, a levá-lo para os EUA. Mas na madrugada do domingo a história de Yusniel sofreu uma dramática reviravolta quando sua mãe, Rosalba González, morreu em um acidente de motocicleta no bairo em que mora em Havana. Após o acidente, Yusniel ficou com seu pai - que assegurou desejar que o menino se reúna em Miami com seu padrasto, o doutor cubano Leonel Córdova. O médico pediu asilo aos EUA em maio do ano passado, quando se encontrava em uma missão de ajuda humanitária cubana na África. Hernández explicou que deseja que o menor viva com o médico ao lado do qual passou quase toda sua vida, e com sua irmãzinha, Giselle Córdova, de quatro anos. O doutor Leonel, por sua vez, em entrevista ao jornal Miami Herald, disse que logo que chegou a Miami entrou com o pedido de visto americano para sua esposa, Rosalba, para a filha Giselle, e também para Yusniel, na tentativa de reunir a família. "O que falta é a autorização do governo cubano", disse o pai de Yusniel, um jardineiro de 33 anos. O menino "vai estranhar se lhe tirarem a irmãzinha", acrescentou Hernández, assegurando que ele próprio gostaria de deixar a ilha em busca de melhores oportunidades econômicas. Se o governo de Havana negar o visto de saída para Yusniel, disse seu pai de sangue, ambos permanecerão em Cuba. "Veremos o que acontece", disse. O menino, acrescentou Hernández, já sabe que sua mãe morreu e parece entusiasmado com a possibilidadee de viver em Miami em companhia do padrasto. Enquanto isso, a pequena Giselle se encontra aos cuidados de uma tia, em um povoado a oeste de Havana, e também espera poder encontrar-se com seu pai. Ela não sabe que sua mãe morreu e fala por telefone com o pai várias vezes por semana, disse sua tia, Tania Córdova. A probabilidade de que a menina obtenha o visto de saída de Cuba, disseram seus familiares, parece maior do que a de seu irmão: a pequena tem o pai vivo nos EUA, enquanto Yusniel também o tem - mas em Cuba.

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