01 de setembro de 2016 | 14h54
BERLIM - O pai do pequeno Aylan Kurdi, cuja morte em 2015 comoveu o mundo todo, lamentou na quarta-feira que refugiados continuem morrendo no mar sem que se faça algo a respeito, em entrevista ao jornal alemão Bild.
"Depois da morte da minha família, os políticos afirmaram: 'Nunca mais'", recorda Abdullah Kurdi, que além de Aylan, de 3 anos, perdeu a mulher Rehab, de 35 anos, e o filho mais velho Galip, de 5 anos. Todos eles morreram afogados na costa turca depois do naufrágio da embarcação em que estavam.
O menino morto na praia
"Todos queriam fazer algo depois da foto que tanto comoveu", disse o homem de 41 anos, ao recordar a imagem do filho morto na praia de Bodrum.
"Mas o que acontece agora? As mortes continuam e ninguém faz nada", completou Kurdi, cuja família está enterrada em Kobani, uma cidade síria próxima à fronteira com a Turquia.
Ele não lamenta, no entanto, a divulgação da foto do filho mais novo, e considera que "uma coisa assim deve ser mostrada para que as pessoas vejam claramente o que acontece". "O horror na Síria tem de terminar. As tragédias do exílio também", completou.
Atualmente, o pai de Aylan mora em Erbil, no Curdistão iraquiano. / AFP
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