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Pai de suspeito diz ter conversado com filho após atentado

Por Agencia Estado
Atualização:

O pai de um homem indicado como suspeito pelo ataque terrorista contra os Estados Unidos disse ter conversado com o filho alguns dias depois dos atentados suicidas, mas estava confuso sobre quando isto ocorreu exatamente e não forneceu mais detalhe. "Eu conversei com ele há quatro ou cinco dias. Acho que foi depois do incidente. Umas 48 horas depois" dos ataques, disse Mohamed Atta, um advogado de 65 anos, nesta terça-feira. Durante entrevistas concedidas em seu apartamento no Cairo, Atta, que recentemente passou por uma cirurgia no coração, alternava entre a fúria contra os Estados Unidos e as acusações contra seu filho e a tristeza pela perda de vidas nos ataques do 11 de setembro. O FBI diz que seu filho, também chamado Mohamed Atta, estava no vôo 11 da American Airlines - o primeiro avião a chocar-se contra o World Trade Center. O pai diz ter visto o filho pela última vez há aproximadamente um ano e meio. Arquiteto e membro do sindicato de engenheiros profissionais do Egito, o filho, de 33 anos, estudou preservação e história das cidades na Universidade Técnica de Hamburgo, iniciando o curso em 1992. Ele concluiu sua tese de mestrado em 1999. De acordo com o FBI, no ano seguinte, Atta recebeu aulas de pilotagem na Flórida. Seu pai disse não saber exatamente de onde seu filho ligou quando conversou com ele há alguns dias, mas disse que ele estava na Alemanha, que é onde seu filho está agora. "Ele não estava envolvido com política", disse Atta, acrescentando que seu filho era um homem religioso. "Reprovo o assassinato de inocentes e civis, independente dos motivos", afirmou o pai. "Somos muçulmanos e não permitimos o assassinato de inocentes." O pai disse que seu filho pode ter sido seqüestrado e seus documentos podem ter sido roubados e utilizados pelos criminosos. Ele aproveitou ainda para acusar os Estados Unidos de disseminarem informações falsas sobre as investigações e de agirem ao lado de Israel para encontrar um desculpa para atacar os muçulmanos do Afeganistão.

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