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Painel da guerra: jornada de ataques violentos no Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

As tropas da coalizão anglo-americanas atacaram hoje por ar e terra diversas localidades iraquianas, em uma das jornadas mais violentas desde o começo da guerra há 12 dias. O general Vincent Brooks, porta-voz do comando americano no Catar, afirmou hoje que a quantidade de iraquianos a favor da intervenção militar "está crescendo", e que o objetivo é "libertar" o Iraque. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, disse que 5 mil voluntários árabes estão em treinamento no Iraque para realizarem "ataques de martírio". Brooks disse que os ataques suicidas não são tática militar eficiente e que não interromperão o avanço dos EUA. Brooks disse ainda que iraquianos estão oferecendo informações às forças aliadas, permitindo que as forças especiais ataquem alvos ligados ao regime de Saddam Hussein e "esquadrões de morte" em áreas urbanas. O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse que em decorrência da guerra no Iraque, "os grupos terroristas se reuniram e em lugar de lutar contra um Osama Bin Laden, teremos centenas de Bin Laden na região, e a Terra não será segura". Mubarak destacou ainda que "é necessário encontrar um mecanismo para remover as armas de destruição em massa da região, incluindo as de Israel, porque a presença das mesmas na área poderia, no futuro, levar a outros países a adquiri-las." Pela primeira vez na história militar, os três mais poderosos bombardeiros americanos - o B-1, B-2 e B-52 - atacaram à noite uma mesma área e ao mesmo tempo. A coalizão aumentou hoje os ataques no sul do Iraque, próximo a Nasirya, com o objetivo capturar dirigentes iraquianos do primeiro escalão, entre eles Alí Al Majid, primo do presidente Saddam Hussein e apontado como o responsável pela resistência no fronte sul da guerra. Oficiais americanos disseram que esse ataque foi dirigido após informações da CIA e da oposição iraquianos garantirem que Al Majid - acusado de lançar um ataque com armas químicas contra o povo curdos em 1998 - estava em Shatra, juntamente com outros integrantes do partido Baath, de Saddam Hussien. "Foram lançadas bombas de precisão sobre quatro objetivos em Shatra. Tanques e veículos blindados chegaram aos limites da cidade e helicópteros atacaram os objetivos com fogo pesado", disse uma fonte militar americana. Najaf, 150 quilômetros ao sul de Bagdá, foi palco de duros combates entre forças da 3° Divisão de Infantaria americana e a Guarda Republicana, segundo um oficial dos EUA. Os combates começaram à noite, a leste de Karbala - 100 quilômetros ao sul de Bagdá, segundo o coronel Will Grimsley, da primeira brigada da 3° Divisão de Infantaria. ?É o primeiro contato sério? com a Guarda Republicana, disse. O Comando Central no Catar disse que mais de cem membros do que chamou de ?equipes de terroristas? iraquianas foram mortos durante as operações militares da 3° Divisão e da 82ª Divisão Aerotransportada em Najaf e Saman. Na periferia de Nasirya centenas de americanos rastreavam casas na periferia da cidade tentando anular focos de resistência. Segundo o comando militar, a revista é para garantir a entrada da ajuda humanitária. O capitão britânico Al Lockwood disse hoje as forças de coalizão conseguiram controlar uma localidade no sul do Iraque, próximo a Basra. Lockwood disse a BBC que o ataque a Abu al Khasib, 10 quilômetros ao sul de Basra, destruiu 17 tanques iraquianos T-55, cinco peças de artilharia pesada, sete veículos de transportes de tropas e cerca de 30 prisioneiros. A coalizão também atacou nesta madrugada os arredores de Mossul, a maior cidade do norte do país, com 300 mil habitantes. Baixas Segundo o embaixador do Iraque em Moscou, Abbas Khalaf, disse que 589 civis morreram desde o início da guerra. Segundo Khalaf, citado pela agência russa Itar-Tass, 700 militares anglo-americanos foram mortos e outros mil ficaram feridos em confrontos com tropas iraquianas. O embaxador disse que os inimigos mortos serão sepultados em "fossas comuns". O verão no Iraque se aproxima e os necrotérios do país não dispõem de câmaras refrigeradas suficientes. Khalaf disse também que seis helicópteros, cinco caças e seis aviões não tripulados anglo-americanos foram abatidos pelas tropas iraquianas. Veja o especial :

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