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País planeja aumentar sua presença no Oceano Índico

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Por Redação
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A China juntou sua obsessão pelo Estreito de Malaca com uma estratégia silenciosa de aumento de sua presença no Oceano Índico. No processo de expansão, os chineses aproveitaram para cercar com bases militares e portos modernos seu maior rival regional, a Índia (veja mapa ao lado). "A China sempre foi uma potência terrestre, mas nos últimos 20 anos tornou-se dependentes de recursos acessíveis apenas por mar", disse por telefone ao Estado o indiano Dipanjan Chaudhury, especialista em segurança e relações internacionais da Fundação Sapra, de Nova Délhi. "Isso deixou Pequim num dilema: como assegurar suas rotas comerciais numa região onde os EUA têm o domínio naval?" Para resolver a questão, Pequim aproximou-se de históricos aliados da Índia. Primeiro, a China conseguiu que Maldivas, um minúsculo arquipélago no meio do Índico, lhe cedesse a ilha estratégica de Marao para a construção de uma base naval, que operará a partir de 2010. Em seguida, os chineses se intrometeram nas boas relações da Índia com Sri Lanka e obtiveram concessões para explorar petróleo no Golfo de Mannar, que separa a ilha do continente. Em Hambantota, no sul do país, os cingaleses permitiram que os chineses construíssem depósitos de combustível e píeres para abastecer navios. O avanço chinês chegou até Gwadar, no Paquistão, onde um moderno porto de águas profundas está sendo financiado com dinheiro da China. Além de ancoradouros e estaleiros, Pequim comprometeu-se com a construção de uma estrada até Kashi, no extremo oeste do território chinês, o que facilitaria o escoamento de parte de suas importações. "Gwadar, Marao, Hambantota e os investimentos em Mianmá, além de amenizarem o ?Dilema de Malaca?, são uma tentativa de encurralar a Índia", afirmou Chaudhury. "Os chineses sabem que, para que a estratégia dê certo, precisam de uma Marinha. E também investem em navios de guerra." Segundo estimativas americanas, em 2010 a Marinha chinesa terá duas vezes mais submarinos que os EUA. Em 2015, ultrapassará a americana em número de navios. "Informações de inteligência dizem que a frota chinesa no Índico, até 2020, terá 2 porta-aviões, 8 submarinos nucleares, 18 contratorpedeiros e 30 fragatas", disse Chaudhury.

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