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Países do Golfo têm visões conflitantes sobre crise iraniana

Segundo chanceler dos Emirados Árabes, organização dos países do golfo pretende enviar uma delegação à Teerã; a informação foi rejeitada por um ministro do Omã

Por Agencia Estado
Atualização:

Funcionários de países do Golfo Pérsico enviaram mensagens conflitantes nesta segunda-feira sobre uma nova iniciativa diplomática sustentada pelos estados árabes da região para solucionar a polêmica em torno do controverso programa nuclear iraniano. O assunto foi o tema principal de uma série de reuniões mantidas separadamente nesta segunda entre ministros do Exterior dos países do Golfo e seus colegas russo e alemão. Segundo o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Xeque Abdullah bin Zayed, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), um grupo formado pelos países árabes da região, planeja enviar a Teerã uma delegação de "baixo escalão" para averiguar o programa nuclear iraniano. "Nós apontamos uma delegação para transmitir ao Irã nossa preocupação (relativa ao programa nuclear)", disse Abdullah após um encontro rápido com o chanceler alemão, Frank-Walter Steinmeir. Ele não deu detalhes sobre quando a delegação viajará à Teerã. Mas, em uma conferência de imprensa realizada em Muscat, capital do Omã, o ministro do Exterior omani, Youssef al-Alawi, negou as informações de que representaria o CCG em Teerã, acrescentando que não há planos para enviar uma delegação ao Irã tão cedo. "Eu pessoalmente não estou planejando qualquer contato direto com Teerã. Isso são apenas idéias", disse Alawi após encontrar-se com Steinmeir. Não houve explicação imediata para as declarações conflitantes. Em um tour regional que já o levou ao Omã, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, Steinmeier deseja conquistar o apoio dos países da região para encorajar o Irã a aceitar o compromisso de congelar seus planos para enriquecer urânio. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS), mais a Alemanha, trabalham na aprovação de uma proposta que tem por objetivo oferecer um fim às pressões diplomáticas sobre Teerã caso o país desista dos pontos polêmicos de seu programa nuclear. Mas, se recusar, o Irã poderá enfrentar sanções contra o país. Após as reuniões, Steinmeier disse que os diplomatas dos três países que visitou "estão em total acordo". Exemplo líbio Nas Nações Unidas, o embaixador americano John Bolton sugeriu que o Irã siga o exemplo da Líbia e desista de suas ambições nucleares, o que garantirá a permanência do governo de Teerã no poder. Após fazer o comentário em um encontro com líderes de uma organização judia, Bolton negou que a declaração signifique que os Estados Unidos almejem uma mudança de regime no Irã caso o país se recuse a suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Bolton destacou a decisão de Washington de retirar a Líbia da lista dos países financiadores do terrorismo, anunciada na semana passada. A decisão abriu o caminho para que os Estados Unidos restabeleçam os laços diplomáticos com o governo de Muamar Kadafi.

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