PUBLICIDADE

Países do Golfo tentam salvar acordo de renúncia do presidente do Iêmen

Oposição boicotou as negociações de paz depois que presidente Saleh se recusou a assinar acordo que de renúncia.

Por BBC Brasil
Atualização:

O Conselho de Cooperação do Golfo, que congrega os países árabes da região do Golfo Pérsico, decidiu enviar novamente seu secretário geral, Abdul-Latif al-Zayyani, para o Iêmen, para tentar salvar um acordo que pode pôr fim à crise no país. Após meses de manifestações anti-governo, o partido governista concordou em assinar um acordo que previa a criação de um governo de unidade nacional, o fim dos protestos e a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, em troca de imunidade penal. O acordo deveria ter sido assinado no último sábado. No entanto, Saleh se recusou a assinar o termo na posição de presidente. Após o recuo do presidente, grupos de oposição do Iêmen disseram que não iriam para a Arábia Saudita neste domingo, para uma reunião que finalizaria a proposta de paz. A oposição diz que a recusa de Saleh em assinar o termo significa que não há motivos para ir até Riyadh, a cidade saudita onde o acordo seria finalizado. Tentativa Zayyani voou para Sanaa no último sábado, para pedir que o presidente assinasse o acordo, aceito pelo partido governista há uma semana. Se assinasse o acordo, Saleh teria concordado em ceder o poder ao vice-presidente nos próximos 30 dias, em troca de imunidade penal. No entanto, um político aliado de Saleh, Abed al-Jundi, disse que ele insistiu que só deveria assinar o termo na condição de líder do seu partido. Um porta-voz da oposição acusou o presidente de estabelecer novas condições repetidamente, para adiar a finalização do acordo de paz. A tensão ocorre em meio a protestos anti-governo em diversas cidades do país. No último sábado, pelo menos três pessoas foram mortas durante conflitos entre as forças de segurança e manifestantes anti-governo na cidade portuária de Aden. Na quarta-feira, forças de segurança dispararam contra manifestantes na capital, matando pelo menos cinco pessoas. Os conflitos entre as forças de segurança e os manifestantes anti-governo já deixaram mais de 130 pessoas mortas desde que os protestos começaram no país em janeiro. Saleh está no poder há 32 anos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.