Países reagem com alívio e cautela à decisão do Iraque

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Por Agencia Estado
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A decisão do Iraque de aceitar a volta incondicional de inspetores de armamentos da Organização das Nações Unidas ao país foi recebida com alívio por alguns líderes e com ceticismo por outras nações. O governo alemão, crítico veemente de uma ação militar contra o Iraque, recebeu a decisão com satisfação. "Sempre foi o nosso objetivo levar os inspetores de volta ao país. Nós sempre consideramos um erro os outros objetivos", comentou o chanceler Gerhard Schröder, em entrevista à televisão ZDF. Antes do discurso do presidente dos EUA, George W. Bush, convocando a ONU para agir contra o Iraque, Schröder vinha criticando a aparente mudança de objetivos de Washington, afirmando que o país não estaria mais defendendo a volta dos inspetores, mas sim a saída do presidente iraquiano Saddam Hussein. "Os últimos acontecimentos, certamente, tem relação com o fato de a mudança de estratégia ter sido revertida pelo discurso do presidente norte-americano", avaliou Schröder, apesar de ter creditado a decisão do Iraque aos esforços do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A Rússia, um aliado tradicional do Iraque na ONU, reagiu positivamente ao passo de Bagdá. "(A decisão) foi o primeiro passo importante para se tentar uma resolução adequada para o problema, apoiada pela Rússia, que respeita a integridade territorial e a soberania do Iraque", informou o ministério das Relações Exteriores em um breve comunicado. A Rússia é o grande obstáculo no Conselho de Segurança da ONU para uma eventual ação militar liderada pelos EUA contra o Iraque. O escritório do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, emitiu uma resposta lacônica, observando que Saddam Hussein tem uma longa história de participar em jogos. O Reino Unido ocupa um posto permanente no Conselho de Segurança da ONU e tem sido um dos principais aliados dos EUA na defesa de uma ação militar contra o governo de Bagdá. A França também reagiu com cautela à reviravolta na posição do Iraque e disse que continua aberta para discutir o assunto com seus parceiros no Conselho de Segurança. A China, que também é membro permanente do Conselho, saudou a decisão do Iraque, afirmando que espera que haja uma conclusão "ordeira e pacífica" para o conflito entre o Iraque e o Conselho de Segurança da ONU. O governo de Pequim tem sido amigável com o Iraque e evitou manifestar apoio público às ameaças de Bush de lançar uma ação punitiva caso Bagdá não cooperasse com os inspetores da ONU. As informações são do Financial Times e da agência Dow Jones.

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