Países temem aproximação entre China e Chávez, diz jornal do PCCh

A visita do presidente venezuelano despertou o receio com relação à possível colaboração energética entre os dois países e à aproximação entre a China e países da América Latina, publicou o Diário do Povo

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Por Agencia Estado
Atualização:

A visita oficial à Pequim do presidente venezuelano, Hugo Chávez, iniciada nesta quarta-feira, despertou o receio de outros países em relação à possível colaboração energética entre Venezuela e China e à aproximação entre China e o continente latino-americano, publicou o Diário do Povo, órgão do Partido Comunista da China (PCCh). "São relações econômicas e comerciais perfeitamente apoiadas sobre uma base de igualdade e benefício mútuo" , afirmou a voz oficial do PCCh, que governa a China desde 1949. O jornal reconheceu que nos últimos anos a China e a América Latina se aproximaram - atualmente, o país estabelece relação comercial com 21 dos 33 países latino-americanos -, com freqüentes encontros entre os dirigentes de ambas as partes. "À medida que as relações entre China e América Latina se intensificam, ouve-se comentários dos Estados Unidos como aquelas pessoas que afirmam que deve-se observar os movimentos chineses na América Latina para que a expansão não atrapalhe os interesses norte-americanos na região", afirmou o artigo do Diário do Povo. O órgão oficial destacou que segundo Dan Burton, deputado da Câmera dos Representantes dos EUA, a presença chinesa na América Latina vai na contra mão dos objetivos que os EUA perseguem no continente. Nesse contexto, as relações econômicas e comerciais entre a China e a Venezuela não apontam terceiras partes e favorecem o desenvolvimento da cooperação entre a China e o continente latino-americano, insiste a voz oficial do Partido Comunista. "A América latina é um amplo território com recursos abundantes, suas exportações de produtos primários e matérias primas para a China e outros países geram grandes vantagens para ambas as partes já que, há tempos, os países latino-americanos seguem uma estratégia pluralista", acrescentou o artigo. Sobre o aumento da cooperação energética com a Venezuela, o jornal afirmou que a China é somente uma parte do mercado que a Venezuela deseja conquistar, "por isso não pode constituir uma ameaça aos EUA". As relações entre a China e a Venezuela entraram, de acordo com o órgão chinês, em uma etapa de aprofundamento da associação estratégica, "com visitas freqüentes de alto nível, confiança política recíproca e aumento constante do volume comercial bilateral". "A China é o maior país em desenvolvimento, com rápido crescimento da demanda energética e tanto a China como a Venezuela desempenham um papel cada vez maior na estabilidade e integração de suas regiões e na defesa dos países em desenvolvimento", concluiu o artigo.

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