Palestina e 4 filhos morrem em explosão

Tanque atacou casa, acusam moradores; Israel diz ter neutralizado homens-bomba

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Por REUTERS e AP E AFP
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Uma mulher palestina e quatro de seus filhos, com idade entre 15 meses e 6 anos, morreram em uma explosão ontem na cidade de Beit Hanoun, na Faixa de Gaza, durante confrontos entre militantes e soldados israelenses. Os dois lados acusaram-se mutuamente pela explosão. Os palestinos disseram que um tanque israelense disparou contra a casa, quando Miyasar Abu Meatak e seus filhos tomavam café da manhã. Outros dois filhos mais velhos foram internados em estado crítico. Mas o governo de Israel assegurou que a explosão foi causada por militantes. De acordo com Israel, seus aviões dispararam contra homens armados que se aproximavam de seus soldados com duas grandes mochilas e, após o ataque, ocorreu uma forte explosão, indicando que eles carregavam bombas. Moradores disseram que um civil palestino de 17 anos, que passava pelo local, também morreu na explosão, mas asseguraram que nenhum militante foi morto. O incidente pode prejudicar os esforços do Egito para mediar um cessar-fogo entre Israel e grupos militantes palestinos, entre eles o Hamas, que desde junho controla a Faixa de Gaza. O grupo radical qualificou as mortes em Beit Hanoun de "crime de guerra". "Essa agressão não atende aos esforços que têm sido feitos para que se obtenha a calma e obstrui o processo de paz", declarou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em um comunicado divulgado pela agência Wafa. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, sem dar detalhes sobre a ofensiva em Beit Hanoun, atribuiu ao Hamas toda a responsabilidade pelas mortes de não-combatentes, alegando que os militantes "atuam entre civis". Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, qualificou a morte da família como "um trágico incidente" e disse que Israel faz o possível para evitar que civis sejam atingidos no fogo cruzado. A Casa Branca confirmou ontem que o presidente George W. Bush viajará ao Oriente Médio em meados do próximo mês para participar das festividades do 60º aniversário do Estado de Israel. Ele também tentará dar um impulso às negociações de paz, mas não se reunirá ao mesmo tempo com Olmert e Abbas.

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