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Palestina morta em operação israelense deixa 10 filhos

Por Agencia Estado
Atualização:

A mulher grávida de Shukri Maqadma foi morta, deixando sem mãe 10 filhos, quando a parede de sua casa desmoronou na explosão de uma residência vizinha. A detonação foi realizada na segunda-feira pelas forças israelenses durante uma operação no campo de refugiados de Boureij, na Faixa de Gaza. Mas Maqadma, de 44 anos, não aponta apenas Israel como único culpado pela tragédia que se abateu sobre sua vida. Ele culpa também a comunidade internacional, por sua incapacidade de impedir os ataques perpetrados pelo Estado judeu. Tanques israelenses e tropas invadiram Boureij na manhã de segunda-feira, explodindo casas e detendo supostos militantes. Oito palestinos foram mortos na operação, incluindo Nuha Maqadma, de 38 anos, que estava grávida de nove meses. "Todos os líderes mundiais são parceiros no assassinato de minha mulher. A incapacidade do mundo em parar com essa brutal agressão e essas graves violações de leis humanitárias encoraja Israel a cometer mais e mais crimes", disse hoje Maqadma, que foi ferido pelos israelenses. "Eu acreditava na paz e que um dia poderíamos viver juntos com Israel, mas agora mudei de idéia", afirmou. O Exército de Israel nega qualquer conhecimento da morte de Nuha e afirmou que o incidente será investigado. "Qualquer perda de vida humana, de civis inocentes, é uma tragédia", disse o major Sharon Feingold, que aproveitou para acusar a Autoridade Palestina. "Lamentamos que eles (civis) tenham que pagar o preço da incapacidade da Autoridade palestina em combater o terrorismo, nos deixando sem outra opção a não ser garantir a segurança com nossas próprias mãos", disse Feingold. Cerca de 30 mil palestinos vivem no campo de Boureij, levantado em 1949 por refugiados que fugiram ou que foram expulsos de suas casas durante a guerra de dois anos que se seguiu à criação do Estado de Israel.

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