Palestino é morto por vender casas em Jerusalém Oriental

Ele foi encontrado com sinais de espancamento e tiros, depois de comercializar prédios a uma associação que pretende expandir o judaísmo na região

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um palestino foi morto por vender casas a judeus em Jerusalém Oriental, e seu corpo foi encontrado nesta madrugada na cidade de Jericó, na Cisjordânia, informou nesta quinta-feira a edição eletrônica do jornal israelense Ha´aretz. O corpo de Mohammed Abul Haua, encontrado com sinais de espancamento e tiros, foi queimado dentro de um carro. A Polícia palestina entregou o corpo aos israelenses, que controlam Jerusalém Oriental, antes que ele fosse enviado ao centro legista de Abu Kabir. Proprietária de prédios no bairro de At Tur, no leste da cidade velha de Jerusalém, a família de Abul Haua os vendeu à associação Elad, que visa expandir o Judaísmo em Jerusalém Oriental, no final de março. Após a transação financeira, houve atos de protesto contra a família. O restaurante de um dos membros da família chegou a ser incendiado. Fontes informaram que outro membro da família foi seqüestrado e está detido em uma prisão palestina na cidade cisjordaniana de Ramala. A família publicou um anúncio em um jornal palestino de Jerusalém Oriental, esclarecendo que os edifícios foram vendidos a palestinos que, por sua vez, os venderam a uma companhia de investimentos jordaniana. A associação Elad lidera uma campanha para que judeus ocupem a parte oriental de Jerusalém. A entidade freqüentemente oferece grandes quantias em dinheiro aos proprietários palestinos ou usam palestinos que as compram de outros palestinos para que não pareça que as casas passarão para judeus. A parte oriental de Jerusalém, de maioria palestina, foi ocupada por Israel na guerra de 1967 e, anos depois, declarada parte integrante do território israelense. O resto da Cisjordânia, também conquistado nessa disputa, continua sob ocupação militar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.