Palestino naturalizado brasileiro é ferido no Oriente Médio

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Por Agencia Estado
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O engenheiro Mohammad Husein Adbel Latif, de 39 anos, um palestino naturalizado brasileiro, foi atingido na terça-feira por um disparo de um soldado israelense, em Belém, na Cisjordânia. A bala ainda está alojada no ombro direito de Latif. A equipe médica do Hospital Maekssed, em Jerusalém Oriental, onde o engenheiro está internado, teme que uma cirurgia de remoção do projétil comprometa os movimentos do braço do engenheiro. Latif seguia de táxi para o trabalho quando se deparou com soldados de Israel em confronto com um grupo de palestinos. "De repente cheguei a uma rua onde o Exército estava atirando", disse ele por telefone à Agência Estado. "O vidro quebrou na minha cara. O motorista não foi atingido e na hora me levou para um hospital de Belém." Horas depois, Latif foi transferido para Jerusalém. O Itamaraty informou hoje que um representante da embaixada brasileira em Tel-Aviv havia entrado em contato por telefone com Latif para oferecer assistência, mas que não solicitou ajuda especial. Casado com a paranaense Ruayda Husein Rabah, o engenheiro viveu de 1989 a 2000 no Brasil, onde iniciou uma pós-graduação na Universidade de Campinas (Unicamp). Há dois anos, o casal mudou-se para a cidade de Batir, a dez minutos de Belém. O engenheiro tinha assinado um contrato de dois anos com uma construtora japonesa que tem obras nos territórios ocupados. "Era o sonho de construir uma vida. A gente tinha acabado de se casar. Queríamos fazer um pé de meia," disse. Na época, o processo de paz estava em vigor e o nível de violência era bem menor. Hoje, as expectativas são outras. Mãe da pequena Nur, que completa um ano no fim da semana, Ruayda, tem medo de voltar. "É difícil morar num lugar desses com uma menina pequena", disse. "Às vezes eles (tropas israelenses) fecham a cidade e fica difícil até mesmo levar para um médico fora." Ruayda está há dois meses em Maringá, na casa da mãe. Veio com Nur para o casamento do irmão.

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