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Palestinos aprovam governo de união nacional

O acordo estabelece os princípios para a formação de um governo de coalizão, o que inclui a promessa de que acordos de paz firmados com Israel serão respeitados

Por Agencia Estado
Atualização:

Os representantes das facções palestinas rivais Hamas e Fatah reunidos na Arábia Saudita assinaram um acordo para a formação de um governo de união nacional nesta quinta-feira. Sob a proposta, os militantes do grupo radical islâmico Hamas teriam prometido "respeitar" os acordo da paz previamente firmados entre a Autoridade Palestina e Israel. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, do partido laico Fatah, e o líder supremo do grupo islâmico Hamas, Khaled Mashaal, assinaram o acordo na presença do rei saudita Abdullah. A cerimônia foi realizada em uma palácio com vistas à Kaaba, a mesquita mais sagrada do islamismo. Segundo assessores que participaram do encontro, a proposta estabelece os princípios para a formação de um governo de coalizão, o que inclui a promessa de que os acordos de paz já firmados com Israel serão respeitados. Um dos temas centrais de discórdia, a divisão dos postos do gabinete também foi acertada no acordo. Ao anunciar o acordo durante a cerimônia, o assessor de Abbas Nabil Amr leu uma carta em que o presidente atribui ao primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, a formação de um novo gabinete, seguindo a fórmula estabelecida pelos dois lados. Segundo Mashaal, o acordo irá "unificar nossas bases". "Haverá comprometimento e unidade. Nós manteremos esta parceria", disse o líder político do grupo islâmico. Além de dizer que o novo governo respeitará os acordo de paz com Israel, a carta lida por Amr afirma que o gabinete seguirá um documento apresentado no ano passado por ativistas do Hamas e Fatah presos em Israel, o chamado "Plano dos Prisioneiros". Controverso entre os palestinos mais radicais por aceitar implicitamente a existência de Israel, o documento pede pela criação de um Estado palestino na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Caso o acordo seja posto em prática, a aceitação do "Plano dos Prisioneiros" pelo Hamas representará o mais concreto comprometimento do grupo com uma solução de dois estados para o conflito entre israelenses e palestinos. Em outras ocasiões, entretanto, o Hamas ressalvou que a aceitação do plano não implica necessariamente no reconhecimento de Israel. Ministério do Interior Ao desenhar a nova estrutura do gabinete, o Hamas propôs apresentar um candidato independente para o posto chave de ministro do Interior, responsável por controlar as Forças de Segurança palestinas. Ainda segundo o plano, Abbas deverá aprovar o candidato. Abbas, Meshaal e Haniye foram à cidade sagrada de Meca para debater uma solução para uma crise que já deixou mais de 90 palestinos mortos desde dezembro. O objetivo dos líderes é acabar com um boicote imposto por parte da comunidade internacional contra o governo liderado pelo Hamas. Israel e Estados Unidos dizem que o Hamas deve renunciar a violência, reconhecer o Estado judeu e se comprometer com os acordos de paz assinados no passado para que as sanções seja canceladas. O Hamas se recusa a atender os pedidos. Texto atualizado às 19h15

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