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Palestinos criticam e israelenses elogiam veto americano na ONU

Veto americano evitou aprovação de condenação de expansão de assentamentos israelenses.

Por Guila Flint
Atualização:

Denúncia palestina teve apoio de 14 dos 15 países do CS da ONU Lideres palestinos criticaram neste sábado o veto dos Estados Unidos que bloqueou, na véspera, a resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a expansão dos assentamentos israelenses. A posição americana, no entanto, foi elogiada pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. O secretário-geral do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Abed Rabbo, declarou que a decisão do governo americano de vetar a resolução foi "infeliz" e afirmou que a liderança palestina irá repensar a continuação da negociação com Israel. Para Riyad Mansour, o representante palestino na ONU, "o Conselho de Segurança fracassou em sua reação à crise entre israelenses e palestinos, pois não enviou uma mensagem clara e enérgica de que Israel deve parar com as violações e os obstáculos ao processo de paz". "Tememos que a mensagem enviada pela Conselho de Segurança só incentive a intransigencia de Israel e sua certeza de que poderá passar impune", afirmou Mansour. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, rejeitou o pedido do presidente americano Barack Obama de não levar ao Conselho de Segurança a proposta de denúncia aos assentamentos israelenses. Obstáculo para negociações Dos 15 membros do Conselho, 14 votaram em favor da denúncia, porém o veto americano impediu que a resolução fosse aprovada. A construção dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados é considerada o principal obstáculo para a retomada das negociações entre israelenese e palestinos. Desde a assinatura do acordo de Oslo, entre o ex-premiê israelense Itzhak Rabin e o lider palestino Yasser Arafat, em 1993, o número de colonos israelenses residentes na Cisjordânia ocupada aumentou de 100 mil para 300 mil. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, suspendeu as negociações com Israel em setembro de 2010, depois que o premiê Netanyahu se negou a prolongar o prazo do congelamento da construção dos assentamentos. O ex-chefe da equipe de negociações palestina, Saeb Erekat, chegou a afirmar neste sabado que os lideres palestinos devem repensar "a própria existência da Autoridade Palestina". "Não há sentido em manter a Autoridade Palestina se a ocupação continua", disse Erekat, acrescentando que a liderança palestina deve considerar a possibilidade de desmantelar a AP e "transferir a responsabilidade (pelos civis palestinos nos territorios ocupados) para Netanyahu". Agradecimento Já o governo israelense elogiou o veto americano e agradeceu ao governo americano pela medida que tomou. "Apreciamos profundamente a posição dos Estados Unidos", declarou neste sabado o gabinete do primeiro-ministro Netanyahu. O Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou o apoio geral na ONU à resolução de denunciar a construção dos assentamentos israelenses. "Nestes dias em que o Oriente Medio passa por mudanças históricas que afetarão o futuro da região inteira, nos surpreende que o Conselho de Segurança escolha tratar de somente um aspecto das várias questões fundamentais da negociação israelense-palestina, ignorando o contexto amplo dos desdobramentos em nossa região", diz o comunicado do ministério. O vice-chanceler de Israel, Danny Ayalon, declarou que "as tentativas dos palestinos de contornar as negociações diretas e impor uma solução são fadadas ao fracasso". Segundo Ayalon, "se os palestinos têm intenções sérias de solucionar o conflito, devem parar com o ataque politico a Israel e retomar imediatamente a negociação direta, sem pretextos". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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