
21 de setembro de 2011 | 17h06
Nabil Shaath, dirigente do partido governista palestino Fatah, disse também que a delegação palestina irá educadamente rejeitar o apelo que o presidente dos EUA, Barack Obama, fez na quarta-feira na Assembleia Geral da ONU para que os palestinos desistam de pedir o reconhecimento da sua independência na entidade mundial.
"Vamos dar algum tempo ao Conselho de Segurança para considerar primeiro a nossa solicitação de adesão plena, antes de partirmos para a Assembleia Geral," disse Shaath a jornalistas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deve formalizar na sexta-feira a candidatura palestina, que precisa ser aprovada com pelo menos nove votos e nenhum veto no Conselho. Alguns diplomatas e funcionários dizem que os 15 países do Conselho irão protelar ao máximo a análise do pedido, o que poderia se estender por meses ou até anos.
"Qualquer demora será parte do procedimento," disse Shaath, acrescentando que em caso de "demora indevida" os palestinos vão recorrer à Assembleia Geral da ONU --onde os EUA não têm poder de veto, e a maioria de dois terços dos 193 países em prol dos palestinos estaria praticamente assegurada.
A Assembleia, no entanto, só tem poderes para conceder aos palestinos o status de "Estado não-membro," semelhante ao que desfruta o Vaticano, por exemplo. Nessa hipótese, a Palestina poderia aderir ao Tribunal Penal Internacional e assinar outros tratados internacionais. Atualmente a Autoridade Palestina tem status de "observadora" na ONU.
Os EUA e seus aliados israelenses dizem que o Estado palestino só poderá ser reconhecido ao final de negociações diretas com Israel, e que o "atalho" pela ONU seria prejudicial ao processo de paz no Oriente Médio. Os palestinos dizem que precisaram recorrer à ONU devido ao impasse atual no processo de paz.
Shaath disse que Abbas vai expor sua posição claramente a Obama no encontro marcado para começar às 18h (19h em Brasília). "Quando encontrarmos o presidente Obama vamos re-explicar nossa questão, por que temos de ser membros das Nações Unidas," afirmou. "Vamos realmente, de forma cordial e respeitosa, dizer-lhe 'não'. Somos insistentes. O que estamos tentando fazer é moral, política e juridicamente correto: aderir à ONU."
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