Palestinos incendeiam escritórios de Arafat

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Por Agencia Estado
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Em protesto contra reformas introduzidas pelo governo palestino em suas forças de segurança, membros das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ala radical do movimento Fatah do líder Yasser Arafat, incendiaram hoje (18) escritórios da Autoridade Nacional Palestina (ANP, presidida por Arafat) e atacaram um QG militar palestino na Faixa de Gaza, informaram fontes médicas palestinas. Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas. Radicais palestinos não se conformam com a nomeação de Musa Arafat, primo do líder, para comandar as forças de segurança - parte de uma reforma da corporação prevista no chamado roteiro para a paz - um plano apoiado por Estados Unidos, Organização das Nações Unidas, Rússia e União Européia. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa acusam Musa de corrupção e favorecimento de amigos. Ex-chefe dos serviços secretos palestinos, ele é apontado também como um oficial violento que cumpre com determinação as ordens do primo. Na madrugada deste domingo, membros armados das Brigadas invadiram um edifício da ANP em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, roubaram armas e incendiaram dois escritórios. Destruíram ainda vários automóveis estacionados no pátio. Depois rumaram para Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, e atacaram um QG das forças de segurança, onde enfrentaram resistência. Dez pessoas ficaram feridas, inclusive um fotógrafo free-lancer a serviço da agência de notícias Reuters. O aumento da violência na Faixa de Gaza e a nomeação de Musa provocaram no sábado um pedido de renúncia do primeiro-ministro palestino, Ahmed Qureia. Ele disse que sua decisão era irrevogável, mas Arafat não a aceitou. O histórico líder palestino rejeitou pedido idêntico de um dos principais chefes militares das forças palestinas, Goma Ghali.

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