JERUSALÉM - Pela primeira vez em anos, os palestinos celebram nesta quarta-feira o Eid al-Fitr, a festividade que marca o fim do mês sagrado islâmico do Ramadã, um dia após a Arábia Saudita, decisão que provocou polêmica nos territórios palestinos.
"A terça-feira foi o último dia do Ramadã e esta quarta-feira será o primeiro dia do Eid al-Fitr, declarou Mohamed Hussein, o grão mufti de Jerusalém e dos territórios palestinos em uma gravação divulgada na segunda-feira à noite, após a Corte Suprema saudita fixar o fim do jejum do mês sagrado para terça-feira.
Os líderes religiosos usam a observação da Lua para determinar o início do Ramadã e a festividade de Eid al-Fitr, mas às vezes a decisão tem um viés político.
Este ano, o Irã, grande rival da Arábia Saudita, fixou o fim do Ramadã para esta quarta-feira.
"É a primeira vez desde a criação da Autoridade Palestina, em 1994, que os palestinos não seguem a data fixada pelo reino saudita", disse o xeque Ekrima Sabri, líder do Alto Conselho Islâmico e ex-grão mufti de Jerusalém.
A decisão surpreendeu os palestinos. Alguns a criticaram nas redes sociais ou a receberam com humor.
"Para evitar a divisão, proponho que jejuemos ao meio-dia amanhã", escreveu um palestino na segunda-feira à noite no Facebook.
A Arábia Saudita é aliada dos Estados Unidos, país com o qual os palestinos romperam os laços diplomáticos em razão do incondicional apoio de Washington à política israelense. Alguns veem na decisão do grão mufti uma crítica ao apoio saudita aos EUA.
Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Afeganistão, Iraque e Nigéria iniciaram o Eid al-Fitr nesta terça-feira. As celebrações começaram com uma oração especial nas mesquitas ou em espaços abertos. Depois, as pessoas se reuniram para comer, ir a parques e festas.
Jordânia, Egito, Marrocos, Irã, Omã, Síria, Líbia, Malásia, Indonésia e Tailândia também celebrarão o Eid al-Fitr na quarta-feira. / AFP