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Palestinos rejeitam cessar-fogo e apóiam ações suicidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Yasser Arafat enfrentou, nesta terça-feira, a rejeição de grupos militantes à sua ordem de pôr fim aos ataques contra Israel, ao mesmo tempo em que uma pesquisa mostrou que mais da metade dos palestinos é contrária a um cessar-fogo. Poucos incidentes violentos foram registrados, nesta terça-feira, apesar de comunicados emitidos por grupos militantes - Hamas, Jihad Islâmica e Frente Popular para a Libertação da Palestina -, avisando que eles não obedecerão à ordem de trégua dada por Arafat. Líderes israelenses permaneceram céticos em relação às intenções de Arafat e concentraram-se em suas próprias operações militares nas áreas palestinas. O chefe militar israelense, general Shaul Mofaz, afirmou que os sangrentos ataques palestinos "tiraram a legitimidade de Arafat...algo que nos permite realizar ações com muita liberdade". As forças israelenses detiveram 10 palestinos em dois incidentes separados na Cidade de Gaza. Por sua vez, Arafat disse que suas forças detiveram 180 militantes, mas Israel afirmou que nenhum líder havia sido afetado. O chefe de segurança de Gaza, Mohammed Dahlan, afirmou, nesta terça-feira, que a Autoridade Palestina, liderada por Arafat, não tolerará ações independentes por parte de grupos militantes. "Deteremos qualquer um que violar as decisões da Autoridade", disse ele à Associated Press. Ao mesmo tempo, Arafat está virtualmente confinado na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, desde a semana passada, quando Israel respondeu a um atentado suicida contra um ônibus - que matou 10 israelenses -, destruindo seus helicópteros e apertando o cerco a cidades palestinas. Nesta terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, telefonou a Arafat. Segundo um aliado do líder palestino, Nabil Abu Rdeneh, Arafat pediu a Powell para pressionar Israel a acabar com o cerco a cidades palestinas e com assassinatos de supostos militantes. Também nesta terça-feira, uma pesquisa realizada pelo Centro de Comunicações e Mídia Jerusalém, um grupo independente, mostrou que 57,6% dos palestinos na Cisjordânia e Faixa de Gaza consideram um "cessar-fogo injustificável nas atuais circunstâncias". Apenas 34,9% pensam que uma trégua "é justificável", e 7,5% não expressaram opinião. Ainda, 64% afirmaram apoiar ataques suicidas contra israelenses. A pesquisa, realizada entre os dias 6 e 9 deste mês, questionou 1.201 palestinos e tem uma margem de erro de três pontos porcentuais. O comunicado do Hamas que rejeita o cessar-fogo ordenado no domingo por Arafat diz que os ataques suicidas são "as únicas armas para preservar os direitos palestinos". Para a Frente Popular para a Libertação da Palestina, que assumiu o assassinato do ministro do Turismo de Israel, ocorrido em 17 de outubro, a resistência armada continuará até que Israel se retire das terras palestinas.

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