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Palestinos rejeitam plano de retirada unilateral de Olmert

Porta-voz da Presidência palestina afirma que idéias de Olmert não são muito animadoras e que palestinos não devem ser excluídos das decisões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) rejeitou as propostas apresentadas pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, durante sua visita aos Estados Unidos. Membros da Fatah e do Hamas também consideram que uma retirada unilateral não é a melhor maneira de obter a paz na região. O porta-voz da Presidência palestina, Nabil abu Rudaina, afirmou nesta quarta-feira que a ANP rejeita as idéias de Olmert, que "não são muito animadoras porque tentam mudar o Mapa de Caminho", plano de paz elaborado pela comunidade internacional para a resolução do conflito entre israelenses e palestinos. Abu Rudaina acrescentou que a paz só pode ser atingida através de negociações baseadas no "Mapa de caminho" e que tanto a ANP quanto a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) "podem e querem promover negociações para um estatuto definitivo de paz". O movimento nacionalista palestino Fatah, presidido por Mahmoud Abbas, também rejeitou "as soluções unilaterais israelenses baseadas no plano de Ehud Olmert". O porta-voz da Fatah na Cisjordânia, Zahmi Zahrir, declarou que uma retirada israelense não mudará a posição dos palestinos, que pedem a completa retirada de Israel dos territórios ocupados a partir de 1967. Na terça-feira, o presidente americano deu seu apoio ao primeiro-ministro israelense e a seu plano para uma retirada unilateral da Cisjordânia. Olmert prevê a evacuação de 70 mil colonos e a fixação de fronteiras antes de 2010. Mas Bush observou que qualquer acordo de paz deve ser negociado com os palestinos. Posição do Hamas "Ficou claro que os israelenses até agora não aceitam reconhecer um Estado palestino. Por isso, nós nunca poderemos reconhecer Israel", afirmou Ghazi Hamad, porta-voz do gabinete palestino liderado pelo Hamas. O oficial de alto escalão do Hamas, Moussa Abu Marzouk, disse que o grupo não tem planos imediatos para negociar com Israel, e que o Estado Judeu pode realizar seus planos com ou sem o reconhecimento do grupo. "Hamas não tem intenções de negociar (com Israel)", afirmou Abu Marzouk, em entrevista telefônica de Damasco. Abu Marzouk também disse que o grupo não faria oposição à negociações entre o governo israelense e o presidente Abbas. Sobre o "ultimato" de Israel, Abu Marzouk considerou "meras justificativas de um certo caminho político que eles (israelenses) querem implementar e impor sobre o povo palestino". "Eles só querem ganhar opinião pública mundial", acrescentou. Sem concessões No Egito, o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Zahar, garantiu que o Hamas não fará "concessões" para sair do isolamento internacional no qual se encontra. Mahmoud Zahar afirmou que uma retirada israelense "deve ser feita de acordo com a intenção de dar territórios em troca da paz", em referência ao apoio mostrado pelo presidente dos EUA ao plano do primeiro-ministro israelense, de delimitar as fronteiras definitivas de Israel. "As palavras de Bush foram claras. Falava de dois Estados, cujas fronteiras devem ser definidas mediante negociação", disse Zahar aos jornalistas O ministro palestino disse ainda que o Hamas irá anunciar em breve sua posição sobre a iniciativa árabe de Beirute, assinada em 2002, na qual se pede a todos os estados árabes que estabeleçam relações normais com o estado de Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios ocupados durante a guerra árabe-israelense de 1967. Em Jerusalém o membro do Gabinete de Olmert Haim Ramon disse que caso o Hamas não reconheça Israel e renuncie à violência dentro de seis meses, o governo do premier irá desenvolver seus planos de retirada unilateral e estabelecimento de suas fronteiras até 2010.

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