Panelaço antigoverno mobiliza argentinos

Diversos setores da sociedade saíram às ruas em protesto contra a alta dos preços, corrupção e restrição ao dólar; apagão aumentou irritação

PUBLICIDADE

Por Ariel Palacios , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

BUENOS AIRES - Centenas de milhares de argentinos em todo o país foram às ruas na noite desta quinta-feira, 8, para realizar o maior panelaço dos últimos anos contra o governo da presidente Cristina Kirchner. Os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres "liberdade", "imprensa livre", "respeito", "não à corrupção" e criticavam a política de confronto da presidente argentina.

PUBLICIDADE

Os manifestantes que não foram às ruas optaram por fazer os panelaços nas portas ou janelas de suas casas. O governo Kirchner tentou relativizar o peso do protesto e afirmou que não passava de um manifestação "paga pela ultradireita". Além disso, colocou um forte esquema de segurança ao redor da Casa Rosada e da residência presidencial.

O Obelisco, monumento símbolo de Buenos Aires, foi o principal ponto da manifestação. Milhares de pessoas marcharam pelas principais avenidas da capital para concentrar-se ali.

Dezenas de milhares de pessoas também se acotovelaram nas principais praças de Córdoba e Rosário, respectivamente, a segunda e a terceira cidades do país. Panelaços também ocorreram em Bariloche e Mendoza.

Os manifestantes contavam com um amplo leque de reclamações, que iam desde a escalada inflacionária, passando pelos escândalos de corrupção do governo Kirchner, até as restrições impostas pela presidente Cristina contra o dólar, moeda que foi o refúgio financeiro preferido dos argentinos nas últimas quatro décadas. A irritação popular aumentou na quarta-feira quando um mega-apagão afetou 3 milhões de pessoas em Buenos Aires e nos municípios da Grande Buenos Aires, provocando o colapso no trânsito da cidade.

O panelaço, convocado há várias semanas nas redes sociais, não teve uma liderança específica. Os partidos de oposição declararam simpatia pelos manifestantes, mas optaram por não participar ativamente dos protestos, nem levar bandeiras partidárias.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.